Infâncias matáveis no Brasil Amefricano: Reflexões sobre a ideologia do branqueamento e a morte de crianças negras no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v23i4.e13620Palavras-chave:
infância, amefricanidade, necropolítica, psicanáliseResumo
A partir da expansão diária do número de mortes de crianças, principalmente daquelas não-brancas no território nacional, este artigo se propõe a tensionar a construção dos lugares sociais em que certas infâncias perdem o direito à vida e ao futuro. Em conjunto de desenvolvimentos de Lélia Gonzalez, ligados à categoria da amefricanidade e sua negação na constituição do Brasil; e de elaborações de Ilana Katz, no que tange a definição das crianças-matáveis; buscamos construir uma rede de inteligibilidade para um conjunto de acontecimentos que se apresentam como uma faceta de puro horror no cenário brasileiro. Longe de trabalhar a morte de tais crianças na qualidade de um desvio à lei ou desfiguração do Estado, aquilo que averiguamos é sua característica estrutural e sua função na manutenção de certa lógica nacional. Isto é, a morte de crianças não brancas como perpetuação de uma lógica de Estado baseada na ideologia do branqueamento e na recusa de um futuro que não seja baseado nas ideias da supremacia branca no poder. Assim, infâncias não brancas seriam infâncias impossíveis na Améfrica Brasil
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