A Religião nas Narrativas do Sofrimento
DOI:
https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v22i3.e12633Palavras-chave:
religião, sofrimento, psicanálise, saúde públicaResumo
Freud apontou as doutrinas religiosas como manifestações significativas do patrimônio cultural. Hoje, observamos que a força religiosa não cessa de se manifestar nas narrativas contemporâneas. Este trabalho, decorrente de uma experiência na residência em saúde, objetivou analisar as formas como a religião se apresenta nas narrativas de sofrimento de usuários que receberam atendimento psicológico em uma Unidade Básica de Saúde em Maceió, Alagoas. Os atendimentos psicológicos, registrados em diários de campo, foram analisados qualitativamente a partir do método de análise de conteúdo. As falas dos usuários foram agrupadas em três categorias: não é coisa de Deus; graças a Deus; e entrega nas mãos de Deus. Destaca-se a importância da religião em relação ao pertencimento social, assim como primeiro e último recurso para se evitar o sofrimento. Ao mesmo tempo, a busca por atendimento psicológico remete aos limites do discurso religioso como único suporte ao sofrimento e ao próprio desamparo, aspectos discutidos à luz da contribuição da psicanálise.
Downloads
Referências
Bardin, L. (2011). Análise de conteúdo. Edições 70.
Bittencourt, M. V. (2017). Psicanálise x Religião: Que triunfo? Stylus Revista de Psicanálise, (34), 111-116. Link
Drawin, C. R., & Kyrillos Neto, F. (2018). Psicanálise e religião: O deslocamento da problemática filosófica, de Freud a Lacan. Tempo Psicanalítico, 50(1), 143-173. Link
Firmino, C. E. (2018). Felicidade e religião em Freud: Uma leitura crítica. Estudos e pesquisas em psicologia, 18(2), 667-684. Link
Freud, S. (1996a). Atos obsessivos e práticas religiosas. In: J. Strachey (Ed.), Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud (vol. 9, “Gradiva” de Jensen e outros trabalhos (1906-1908), pp. 109-117). Imago. (Originalmente publicado em 1907)
Freud, S. (1996b). Moisés e o monoteísmo: Esboço de psicanálise e outros trabalhos. In: J. Strachey (Ed.), Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud (vol. 23, pp. 15-150). Imago. (Originalmente publicado em 1939)
Freud, S. (2020a). O futuro de uma ilusão. In: G. Ianinni & P. Heliodoro (Orgs.),Obras incompletas de Sigmund Freud. Cultura, sociedade, religião: O mal-estar na cultura e outros escritos (pp. 233-299). Autêntica. (Originalmente publicado em 1927)
Freud, S. (2020b). O mal-estar na cultura. In: G. Ianinni & P. Heliodoro (Orgs.), Obras incompletas de Sigmund Freud. Cultura, sociedade, religião: O mal-estar na cultura e outros escritos (pp. 305-411). Autêntica. (Originalmente publicado em 1930)
Ianinni, G. (2014). Efeitos de cisalha. Revista Cult, (190), 36-39.
Ianinni, G., & Santiago, J. (2020). Mal-estar: Clínica e política [Pefácio]. In: G. Ianinni & P. Heliodoro (Orgs.), Obras incompletas de Sigmund Freud. Cultura, sociedade, religião: O mal-estar na cultura e outros escritos (pp. 33-63). Autêntica.
Lacan, J. (2005). “O triunfo da religião” precedido de “Discurso aos católicos”. Zahar.
Lacan, J. (2008). Seminário, livro 7: A ética da psicanálise. Zahar.
Lei nº 2.436, de 21 de setembro de 2017. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica.Ministério da Saúde.
Lo Bianco, A. C. (2014). Religiões e seitas: o que nos dizem sobre nossa vida em sociedade? Revista Cult, (190), 40-42.
Macinko, J., & Mendonça, C. (2018). Estratégia Saúde da Família, um forte modelo de Atenção Primária à Saúde que traz resultados. Saúde em Debate, 42(1), 18-37. DOI: 10.1590/0103-11042018S102
Miller, J.A. (2008). Coisas de fineza em psicanálise- Lições I a VI [Documento de trabalho para os seminários de leitura da Escola Brasileira de Psicanálise]. Escola Brasileira de Psicanálise.
Miller, J. A. (2014). Jacques Lacan: Observações sobre seu conceito de passagem ao ato. Opção Lacaniana Online, 5(13). Link
Minayo, M. C. S. (2014). O desafio do conhecimento: Pesquisa qualitativa em saúde. Hucitec.
Medrado, B., Spink, M. J., & Méllo, R. P. (2014). Diários como atuantes em nossas pesquisas: Narrativas ficcionais implicadas. In: M. J. Spink, J. Brigadão, V. Nascimento & M. Cordeiro (Orgs.), A produção de informação na pesquisa social (pp. 274-291). Centro Edelstein.
Rigoni, A. C. C. (2008). Marcas da religião evangélica na educação do corpo feminino: Implicações para a Educação Física Escolar. Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual de Campinas. UNICAMP.
Rodrigues, G. V. (2015). O triunfo da religião e a incerta sobrevivência da psicanálise. Reverso,37(70), 49-54. Link
Silva, C. M., & Macedo, M. M. K (2016). O método psicanalítico de pesquisa. Psicologia: Ciência e Profissão, 36(3), 520-533. Link
Žižek, S. (2015). O amor impiedoso (ou: Sobre a crença). Autêntica.
Žižek, S. (2016). O cristianismo contra o sagrado. In: S. Žižek & G. Boris (Orgs.), O sofrimento de Deus: Inversões do Apocalipse. Autêntica.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Revista Subjetividades
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Para autores: Cada manuscrito deverá ser acompanhado de uma “Carta de submissão” assinada, onde os autores deverão declarar que o trabalho é original e inédito, se responsabilizarão pelos aspectos éticos do trabalho, assim como por sua autoria, assegurando que o material não está tramitando ou foi enviado a outro periódico ou qualquer outro tipo de publicação.
Quando da aprovação do texto, os autores mantêm os direitos autorais do trabalho e concedem à Revista Subjetividades o direito de primeira publicação do trabalho sob uma licença Creative Commons de Atribuição (CC-BY), a qual permite que o trabalho seja compartilhado e adaptado com o reconhecimento da autoria e publicação inicial na Revista Subjetividades.
Os autores têm a possibilidade de firmar acordos contratuais adicionais e separados para a distribuição não exclusiva da versão publicada na Revista Subjetividades (por exemplo, publicá-la em um repositório institucional ou publicá-la em um livro), com o reconhecimento de sua publicação inicial na Revista Subjetividades.
Os autores concedem, ainda, à Revista Subjetividades uma licença não exclusiva para usar o trabalho da seguinte maneira: (1) vender e/ou distribuir o trabalho em cópias impressas ou em formato eletrônico; (2) distribuir partes ou o trabalho como um todo com o objetivo de promover a revista por meio da internet e outras mídias digitais e; (3) gravar e reproduzir o trabalho em qualquer formato, incluindo mídia digital.
Para leitores: Todo o conteúdo da Revista Subjetividades está registrado sob uma licença Creative Commons Atribuição (CC-BY) que permite compartilhar (copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato) e adaptar (remixar, transformar e criar a partir do material para qualquer fim) seu conteúdo, desde que seja reconhecida a autoria do trabalho e que esse foi originalmente publicado na Revista Subjetividades.