Don Quixote e a transgressão do saber
Résumé
A partir de algumas passagens do texto de Cervantes Don Quixote de La Mancha, o autor propõe reflexões sobre a questão da realidade, da verdade, do saber e de sua transgressão. Don Quixote morre em paz após ter deixado a incerteza da realidade, visitado a loucura da certeza, e, finalmente, ter-se resignado ao fato de que qualquer abordagem da realidade é sempre uma construção que tem, também, a função de um mito fundador. Para aprofundar o debate sobre a questão, o autor utiliza algumas referências da física quântica a fim de fazer um diálogo transdisciplinar entre esta disciplina e a psicanálise para mostrar que tanto para uma, quanto para a outra, a realidade é sempre uma construção. O autor sustenta que, justamente por ser uma construção, a verdade será constantemente destituída para ceder lugar a outra que, por sua vez, será também destituída. Cervantes pertence à tradição intelectual de Erasmo de Roterdam, e seu Don Quixote deambula pelo universo de Erasmo no qual qualquer verdade é suspeita, e tudo banha na incerteza. Don Quixote de La Mancha é o resultado do encontro da sabedoria de Roterdam com a loucura de La Mancha. Ao ultrapassar o “sabido”, Don Quixote transgride uma verdade até então tida por sagrada e como garantia de um saber e, por conseguinte, de um possível controle sobre o mundo. A transgressão produz momentos de virada sem que exista, evidentemente, uma transgressão ultima, o que equivaleria a recriar o mito de um conhecimento absoluto. Segundo a autor, falta à prática teórica-clínica atual o movimento transgressivo necessário para deixarmos o abrigo das verdades construídas. Palavras-chave: mito; verdade; loucura, saber; transgressão.Téléchargements
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