Escritas de Si: Por uma Ética da Experimentação Ficcional

Auteurs-es

DOI :

https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v22i1.e11970

Mots-clés :

narrativa, metodologia, ficção, ético-estética, clínico-política

Résumé

Este artigo propõe-se a discutir a ficção enquanto método de produção de conhecimento, apresentado a partir de recortes de pesquisas que habitam o território da psicologia social e que afirmam operações singulares para trabalhar e intervir sobre os seus campos problemáticos. As ferramentas aqui exploradas são cartograficamente delimitadas, desviando-se, portanto, dos enquadramentos prévios tanto quanto das generalizações que por vezes acompanham as práticas de constituição dos saberes. Os hibridismos entre arte, filosofia e ciência surgem da abertura à experimentação que acompanha cada um dos processos em vias de diferenciação, ou seja, não se pretende transformar a escrita em um espaço fadado ao já visto ou já pensado, mas em constante relação com as virtualidades e com a variação suscitada pelo próprio pesquisar. A intenção de criar um corpo heterogêneo, capaz de acolher o paradoxo e as múltiplas vozes que ecoam dos encontros, perpassa o movimento de reunir fragmentos díspares atravessados por uma experiência que não almeja fechar-se em si mesma, e sim reinventar-se a cada novo salto do pensamento, pautado por uma ética do desassossego e do incremento de possibilidades.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Bibliographies de l'auteur-e

Luis Artur Costa, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Professor adjunto do Departamento e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social e Institucional do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Brida Emanoele Spohn Cezar, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Psicóloga pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Mestre e doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social e Institucional da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Moisés José de Melo Alves, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Doutorando em Psicologia Social e Institucional pelaUniversidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atualmente é professor no Curso de Psicologia da Faculdade Anhanguera Kroton Educacional – Pelotas/RS e pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Pietra Manzoli, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Psicóloga graduada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Ana Laura Baldini Reis, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Psicóloga no Serviço Especializado de Abordagem Social em Porto Alegre, Mestre no Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social e Institucionalda Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Références

Bacon, F. (1999). Novum Organum (Coleção Pensadores). São Paulo: Nova Cultural. (Originalmente publicado em 1620)

Blanchot, M. (1976). La risa de los dioses. Madrid: Taurus.

Blanchot, M. (2005). O livro por vir. São Paulo: Martins Fontes. (Originalmente publicado em 1959)

Bojunga, L. (1995). Corda Bamba. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga.

Burroughs, W. S., & Gysin, B. (1978). The cut-up method of Brion Gysin. In W. S. Burroughs & B. Gysin, The third mind (pp. 29-33). New York: Viking.

Carnegie, D. (2012). Como fazer amigos e influenciar pessoas. São Paulo: Companhia Editora Nacional. (Originalmente publicado em 1936)

Cortázar, J. (2009). A saúde dos doentes. In J. Cortázar, Todos os fogos o fogo (pp. 40-59). Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira. (Originalmente publicado em 1966)

Costa, L. A. (2012). Desnaturar desmundos: A imagem e a tecnologia para além do exílio no humano. Tese de Doutorado, Programa de Pós-graduação em Informática na Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, RS.

Costa, L. A. (2014). O corpo das nuvens: O uso da ficção na Psicologia Social. Fractal, Rev. Psicol., 26, 551-576.

Costa, L. A., Fonseca, T. M. G., & Axt, M. (2012). Da natureza do artifício e dos artifícios da natureza: Simondon entre o natural e o artificial. Revista Informática na Educação: teoria e prática, 15(1), 45-57.

Cury, A. (2014). Ansiedade: Como enfrentar o mal do século: A Síndrome do Pensamento Acelerado: Como e por que a humanidade adoeceu coletivamente, das crianças aos adultos. São Paulo: Saraiva.

Deleuze, G. (1975). Lógica do Sentido. São Paulo: Perspectiva.

Deleuze, G. (2002). Espinosa: Filosofia prática. São Paulo: Escuta. (Originalmente publicado em 1970)

Deleuze, G. (2013a). Conversações. São Paulo: Ed. 34.

Deleuze, G. (2013b). Foucault. São Paulo: Brasiliense.

Deleuze, G., & Guattari, F. (1997a). Mil Platôs 5. Capitalismo e Esquizofrenia 2. São Paulo: Ed. 34. (Originalmente publicado em 1980)

Deleuze, G., & Guattari, F. (1997b). O que é a filosofia? São Paulo: Editora 34.

Deleuze, G., & Guattari, F. (2012). Mil Platôs 4. Capitalismo e Esquizofrenia 2. São Paulo:Ed. 34.(Originalmente publicado em 1980)

Descartes, R. (1999). Meditações. In Coleção Pensadores. São Paulo: Ed. Nova Cultural. (Originalmente publicado em 1641)

Fonseca, T. M. G., Costa, L. A., Moehlecke, V., & Neves, J. M. (2010). O delírio como método: A poética desmedida das singularidades. Estudos e Pesquisas em Psicologia, 10(1), 169-189.

Foucault, M. (1990). Qu’est-ce que la critique? Critique et Aufklärung. Bulletin de la Société française de philosophie, 82(2), 35-63. (Originalmente publicado em 1978)

Foucault, M. (2005). Ditos e Escritos, vol. II: Estética: Arqueologia das ciências e história dos sistemas de pensamento. Rio de Janeiro: Forense Universitária. (Originalmente publicado em 1969)

Foucault, M. (2009a). O pensamento do exterior. In M. Foucault, Ditos e Escritos, vol. III: Estética: Literatura e Pintura, Música e Cinema (2ª ed., pp. 219-242). Rio de Janeiro: Forense Universitária. (Originalmente publicado em 1966)

Foucault, M. (2009b). O que é um autor? In M. Foucault, Ditos e Escritos, vol. III: Estética: Literatura e Pintura, Música e Cinema (2ª ed., pp. 264-298). Rio de Janeiro: Forense Universitária. (Originalmente publicado em 1969)

Foucault, M. (2009c). Outros Espaços. In M. Foucault, Ditos e Escritos, vol. III: Estética: Literatura e Pintura, Música e Cinema (2ª ed., pp. 411-422). Rio de Janeiro: Forense Universitária. (Originalmente publicado em 1983)

Foucault, M. (2014a). A Escrita de Si. In M. Foucault, Ditos e Escritos, vol. V: Ética, Sexualidade, Política (3ª ed., pp. 141-157). Rio de Janeiro: Forense Universitária. (Originalmente publicado em 1978)

Foucault, M. (2014b). Mesa Redonda em 20 de maio de 1978. In M. Foucault, Ditos e Escritos, vol. V: Ética, Sexualidade, Política (3ª ed., pp. 328-344). Rio de Janeiro: Forense Universitária. (Originalmente publicado em 1978)

Foucault, M. (2014c). História da Sexualidade II: o uso dos prazeres. São Paulo: Paz e Terra.

Guattari, F. (1992). Caosmose: Um novo paradigma estético. São Paulo: Ed. 34.

Hardt, M. (2000). A Sociedade Mundial de Controle.In É. Alliez (Org.), Gilles Deleuze: Uma vida filosófica (pp. 357-372). São Paulo: Ed. 34.

Hunter, J. C. (2004). O Monge e o Executivo: Uma história sobre a essência da liderança. Rio de Janeiro: Sextante.

Manzoli, P. P. (2017). Método e Criação: Arte e ciência em trabalhos da desinstitucionalização da loucura [Resumo]. In Lume UFRGS (Org.), Resumos do Salão de Iniciação Científica, XXIX Salão de Iniciação Científica. Porto Alegre, RS: UFRGS. Link

Nietzsche, F. (2009). Genealogia da Moral: Uma polêmica. São Paulo: Companhia das Letras. (Originalmente publicado em 1887)

Orellana, R. C. (2004). Ética para un rostro de arena: Michel Foucault y el cuidado de la libertad. Tese de doutorado, Facultad de Filosofía, Universidad Complutense de Madrid, Madrid, Espanha.

Passos, E., & Barros, R. B. (2009). Por uma política da narratividade. In E. Passos, V. Kastrup & L. Escócia (Orgs.), Pistas do Método da Cartografia: Pesquisa-intervenção e produção de subjetividade (pp. 150-171). Porto Alegre: Sulina.

Passos, E., Kastrup, V., & Escócia, L. (Orgs.). (2009). Pistas do Método da Cartografia: Pesquisa-intervenção e produção de subjetividade. Porto Alegre: Sulina.

Platão. (1833). Teetete. In Platón, obras completas tomo III (pp. 143-293). Madrid: Edizión de Patrício de Azcarate. (Originalmente publicado em 5 a.C.)

Queneau, R. (1995). Exercícios de estilo. Paris: Gallimard. (Originalmente publicado em 1947)

Reis, A. L. B. (2015). Entre as linhas da escrita e a corda da equilibrista: tecendo costuras com as andanças do circo. Monografia de graduação, Instituto de Psicologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

Simondon, G. (2003). A gênese do indivíduo. In A. Lancetti, Cadernos de subjetividade: O reencantamento do concreto (pp. 97-118). São Paulo: Ed. HUCITEC EDUC.

Strauss, L. (1975). O feiticeiro e a magia. In L. Strauss, Antropologia Estrutural (pp. 193-213). Rio de Janeiro. Tempo Brasileiro. (Originalmente publicado em 1949)

Whitehead, A. N. (1956). Proceso y realidad. Buenos Aires: Editorial Losada.(Originalmente publicado em 1929)

Wittgenstein, L. (1999). Investigações filosóficas. São Paulo: Editora Nova Cultural. (Originalmente publicado em 1953)

Publié-e

2022-04-29

Comment citer

Costa, L. A., Cezar, B. E. S. ., Alves, M. J. de M. ., Manzoli, P., & Reis, A. L. B. . (2022). Escritas de Si: Por uma Ética da Experimentação Ficcional. Revista Subjetividades, 22(1), e11970. https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v22i1.e11970

Numéro

Rubrique

Estudos Teóricos

Articles les plus lus du,de la,des même-s auteur-e-s