Manifestações Paranoicas na Ausência de Psicose
DOI:
https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v18i1.6188Palabras clave:
psicanálise, Verwerfung, eu, paranoia.Resumen
Manifestações paranoicas podem ocorrer mesmo na ausência de psicose. A proposta deste trabalho é discutir como isso é possível. Como método de trabalho, realizamos pesquisa bibliográfica, na qual recorremos a leituras e releituras de obras de Freud e de Lacan, bem como de autores contemporâneos da Psicanálise, como Charles Melman e Marcel Czermak. Para tanto, partimos da noção de Verwerfung como mecanismo atrelado à estrutura psicótica, na medida em que o Nome-do-pai pode não ser instaurado para o falante e permanecer forcluído. Bem como tratamos também da Bejahung, a simbolização primitiva. Apresentamos a constituição do Eu como propriamente paranoica, pois possui uma base rivalitária que põe em jogo uma agressividade (nem sempre) latente, que podemos apreender nas manifestações tipicamente paranoicas que um sujeito pode apresentar, mesmo que não se possa constatar uma psicose. Trata-se de um funcionamento inerente ao próprio psiquismo e decorre do fato de que nosso eu – função imaginária – é fundado sobre uma base em que nos apreendemos primeiramente no outro. Por fim, discorremos acerca do que é a paranoia e como se manifestam fenômenos paranoicos de modo a contribuir para uma escuta na clínica para além do encerramento dos funcionamentos paranoicos somente no campo da psicose. Os mecanismos imaginários constitutivos do eu não podem ser tomados isoladamente como critério para a identificação da estrutura. Podemos encontrar situações em que manifestações paranoicas ocorrem mesmo na ausência de psicose.Descargas
Citas
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