Despertar para a Alteridade do Corpo nas Mutações da Adolescência
DOI:
https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v17i3.5764Palabras clave:
adolescência, alteridade, corpo, psicanáliseResumen
O presente trabalho aborda a especificidade do período da adolescência para um sujeito, a fim de situar balizas para a compreensão psicanalítica desse tempo, que impõe mudanças corporais e enigmas. Esse novo tempo na relação do sujeito com o Outro nos indica que o corpo constitui sempre uma alteridade problemática, que carece de investigação e discussão, por possuir implicações teórico-clínicas. Situaremos, epistemologicamente, o discurso psicanalítico a partir do advento do sujeito na fundação da ciência moderna com o cogito cartesiano, demarcando as diferentes abordagens dadas pela psicanálise e pela ciência. A exclusão do corpo em direção à extensão e seu retorno no real da clínica serão examinados. A partir do ato freudiano, que recoloca a questão da ligação entre corpo e pensamento, vamos discutir os conceitos fundamentais de pulsão e inconsciente, sublinhando os passos dados por Lacan com a elaboração do conceito de objeto a, que culminaram em uma concepção de corpo enquanto substância gozante, ao invés da substância extensa que a filosofia distinguia da substância pensante. Pretendemos abordar as consequências de conferir ao corpo tal estatuto, discutindo a relação do adolescente com a satisfação e a alteridade do corpo.Descargas
Citas
Baas, B., & Zaloszyc, A. (1996). Descartes e os fundamentos da psicanálise. Rio de Janeiro: Editora Revinter.
Darriba, V. (2005). A falta conceituada por Lacan: Da coisa ao objeto. Ágora - Estudos em Teoria Psicanalítica, 8 (1), 63-76.
Deltombe, H. (2010). Les enjeux de l’adolescence. Paris: Michèle Ed.
Descartes, R. (2005). Meditações metafísicas. São Paulo: Martins Fontes.(Originalmente publicado em 1641).
Freire, A. B. (1996). Descartes e o cogito. In A. B. Freire, F. L. Fernandes & N. S. Souza (Eds.), A ciência e a verdade: Um comentário (pp. 38-50). Rio de Janeiro: Editora Revinter.
Freud, S. (2006a). Três ensaios sobre a teoria da sexualidade. In J. Strachey (Ed.), Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud (Vol. 7). Rio de Janeiro: Imago. (Originalmente publicado em 1905).
Freud, S. (2006b). Análise de uma fobia em um menino de cinco anos. In J. Strachey (Ed.), Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud (Vol. 10). Rio de Janeiro: Imago. (Originalmente publicado em 1909)
Freud, S. (2006c). Estudos sobre a histeria. In J. Strachey (Ed.), Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud (Vol. 2). Rio de Janeiro: Imago. (Originalmente publicado em 1893)
Freud, S. (2006d). Algumas considerações para um estudo comparativo das paralisias motoras orgânicas e histéricas. In J. Strachey (Ed.), Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud (Vol. 2). Rio de Janeiro: Imago. (Originalmente publicado em 1893)
Freud, S. (2006e). Os instintos e suas vicissitudes. In J. Strachey (Ed.), Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud (Vol. 14). Rio de Janeiro: Imago. (Originalmente publicado em 1915)
Freud, S. (2006f). O inconsciente. In J. Strachey (Ed.), Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud (Vol. 14). Rio de Janeiro: Imago. (Originalmente publicado em 1915)
Iannini, G. (2014). Epistemologia da pulsão: Fantasia, ciência, mito. In G. Iannini (Ed.), As pulsões e seus destinos (pp. 91-134). Belo Horizonte: Autêntica Editora.
Jacob, F. (2001). A lógica da vida: Uma história da hereditariedade. Rio de Janeiro: Edições Graal. (Originalmente publicado em 1983)
Koyré, A. (1963). Considerações sobre Descartes. Lisboa: Editorial Presença.
Lacadée, P. (2007). L´Eveil et l’exil. Enseignements psychanalytiques de la plus délicate des transitions: l’adolescence. Nantes: Cécile Defaut Ed.
Lacan, J. (1967-68). O Seminário, livro 15: O ato psicanalítico. https://mega.nz/#F!cF9VyYCY!coKhOn8a3-xYW52zoHKnsg
Lacan, J. (1975). Conferência de Genebra sobre o sintoma. http://www.campopsicanalitico.com.br/media/1065/conferencia-em-genebra-sobre-o-sintoma.pdf
Lacan, J. (1992). O Seminário, livro 17: O avesso da psicanálise (1969-70). Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.
Lacan, J. (1998) A ciência e a verdade (1965). In J. Lacan, Escritos (pp. 869-892). Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.
Lacan, J. (2001). O lugar da psicanálise na medicina (1966). Opção lacaniana, (32), 8-14.
Lacan, J. (2005). O Seminário, livro 10: A angústia (1962-63). Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.
Lacan, J. (2008a). O Seminário, livro 20: Mais, ainda (1972-73). Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.
Lacan, J. (2008b). O Seminário, livro 11: Os quatro conceitos fundamentais da psicanálise (1964). Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.
Lacan, J. (2008c). O Seminário, livro 16: De um Outro ao outro (1968-69). Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.
Lacan, J. (2009a). O Seminário, livro 1: Os escritos técnicos de Freud (1953-54). Rio de Janeiro: Jorge Zahar.
Lacan, J. (2009b). O Seminário, livro 18: De um discurso que não fosse semblante (1970-71). Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.
Lacan, J. (2010). O Seminário, livro 2: O eu na teoria de Freud e na técnica da psicanálise (1954-55). Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.
Miller, J. A. (2004). Biologia lacaniana e acontecimentos de corpo. Opção lacaniana, (41), 7-67.
Miller, J. A. (2011). Perspectivas dos escritos e outros escritos de Lacan. Rio de Janeiro: Zahar.
Miller, J. A. (2015). Rumo à adolescência. https://icprj.wordpress.com/2015/11/30/rumo-a-adolescencia/
Milner, J.-C. (1996) A obra clara: Lacan, a ciência, a filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.
Rego Barros, M. R. C. (2016). Saída da infância: Encontro com o Outro sexo? Latusa, (21), 165-171.
Zucchi, M. (2016). Sexo na adolescência: As mesmas ou novas crises? Latusa, (21), 85-91.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Para autores: Cada manuscrito deverá ser acompanhado de uma “Carta de submissão” assinada, onde os autores deverão declarar que o trabalho é original e inédito, se responsabilizarão pelos aspectos éticos do trabalho, assim como por sua autoria, assegurando que o material não está tramitando ou foi enviado a outro periódico ou qualquer outro tipo de publicação.
Quando da aprovação do texto, os autores mantêm os direitos autorais do trabalho e concedem à Revista Subjetividades o direito de primeira publicação do trabalho sob uma licença Creative Commons de Atribuição (CC-BY), a qual permite que o trabalho seja compartilhado e adaptado com o reconhecimento da autoria e publicação inicial na Revista Subjetividades.
Os autores têm a possibilidade de firmar acordos contratuais adicionais e separados para a distribuição não exclusiva da versão publicada na Revista Subjetividades (por exemplo, publicá-la em um repositório institucional ou publicá-la em um livro), com o reconhecimento de sua publicação inicial na Revista Subjetividades.
Os autores concedem, ainda, à Revista Subjetividades uma licença não exclusiva para usar o trabalho da seguinte maneira: (1) vender e/ou distribuir o trabalho em cópias impressas ou em formato eletrônico; (2) distribuir partes ou o trabalho como um todo com o objetivo de promover a revista por meio da internet e outras mídias digitais e; (3) gravar e reproduzir o trabalho em qualquer formato, incluindo mídia digital.
Para leitores: Todo o conteúdo da Revista Subjetividades está registrado sob uma licença Creative Commons Atribuição (CC-BY) que permite compartilhar (copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato) e adaptar (remixar, transformar e criar a partir do material para qualquer fim) seu conteúdo, desde que seja reconhecida a autoria do trabalho e que esse foi originalmente publicado na Revista Subjetividades.