Passagem ao Ato Sexual Violenta: Defesa Radical Frente à Passividade?

Autores/as

  • André Luiz Alexandre do Vale UFRJ
  • Marta Rezende Cardoso UFRJ

Palabras clave:

Violência sexual, Trauma, Desamparo, Passividade, Feminino.

Resumen

Este artigo é dedicado à análise do funcionamento psíquico dos sujeitos que recorrem à passagem ao ato, de natureza sexual e violenta. Nessa análise, privilegiamos alguns conceitos fundamentais da teoria psicanalítica, em particular, os de trauma, passividade e desamparo, tendo em vista a estreita articulação entre eles. Apoiandonos nessa elaboração teórica, sustentaremos a hipótese de que certos homens, incapazes de dominar o excesso pulsional, acabam por descarregá-lo através da convocação do corpo e do apelo ao ato, evidenciando, dessa forma, significativa fragilidade dos processos de subjetivação presentes no arcabouço de seu psiquismo. O psiquismo desses sujeitos parece estar marcado por uma constante exigência de virilidade, portanto, eles se veem convocados a agir frente ao malestar psíquico que os acomete quando se deparam com a ameaça da tão repudiada e temida feminilidade/passividade. Tal ameaça adquire contornos “demoníacos” – de “passivação” mortífera –, frente aos quais só parece restar o recurso à atuação violenta, muitas vezes sob a forma de agressão sexual. Como procuraremos mostrar, o ato de violência sexual evidencia a existência de graves problemas no plano da constituição psíquica desses sujeitos, no sentido de o ego sofrer ameaça de desintegração, de perda da sua unidade. Esse tipo de estratégia defensiva, de apelo ao ato de violência, funciona como tentativa extrema de reafirmação da onipotência narcísica.

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Publicado

2016-05-25

Cómo citar

Vale, A. L. A. do, & Cardoso, M. R. (2016). Passagem ao Ato Sexual Violenta: Defesa Radical Frente à Passividade?. Revista Subjetividades, 12(3-4), 725–744. Recuperado a partir de https://ojs.unifor.br/rmes/article/view/5066

Número

Sección

Artigos

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