A Fruição Estética na Obra de Freud
DOI:
https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v20i2.e8988Keywords:
psicanálise, Freud, Sigmund (1856-1939), fruição estética, inquietação.Abstract
O presente artigo tem como objetivo expor as concepções de Sigmund Freud sobre a fruição estética. Ele parte da hipótese de que há dois posicionamentos básicos a respeito do tema na obra do autor: um referente à obra de arte como fonte de prazer e outro vinculado à produção de inquietação. De acordo com Freud, o prazer produzido pela obra de arte seria fruto de uma descarga energética, que permitiria uma suspensão temporária da repressão e a realização disfarçada de um desejo inconsciente. Já a inquietação seria produzida quando a obra de arte manifestasse certos elementos vinculados ao reprimido ou remetesse a formas de pensamento já superadas ao longo do desenvolvimento psíquico. Concluímos que, em ambos os casos, a fruição estética estaria relacionada com a evocação de representações inconscientes reprimidas. No entanto, a determinação dos afetos suscitados no espectador também seria influenciada pela manipulação exercida pelo artista, a partir da aplicação de sua técnica.Downloads
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