O Ressentimento no Contexto do Trabalho Imaterial Afetivo
DOI:
https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v20i2.e8823Palavras-chave:
trabalho imaterial, ressentimento, afeto, psicologia social.Resumo
O presente artigo busca analisar como o trabalho imaterial pode abrir espaço para expressão do ressentimento, trazendo consequências afetivas para trabalhadores, usuários e organizações. Notadamente, o trabalho imaterial ganhou relevância tanto nas organizações quanto entre os profissionais liberais, sendo que dimensões afetivas, como a cordialidade, a atenção e a confiança, passaram a fazer parte das relações de trabalho contemporâneas, sendo apresentadas pelo mercado como um diferencial. Ocorre que o campo afetivo, tal qual será argumentado neste artigo teórico, configura-se por meio de variações subjetivas imprevisíveis, que produzem efeitos os mais diversos nas relações sociais cotidianas. Desconsiderando essa dimensão variável, emerge uma tentativa de prescrever, treinar e controlar os afetos com vistas a produzir mais capital. O estudo mostra, por meio da psicologia social, da filosofia e da sociologia, como tal situação é propícia para instalação e disseminação do ressentimento no contexto do trabalho imaterial afetivo.Downloads
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