Questões da Disforia de Gênero na Infância: Entre Psicanálise e Medicina
DOI:
https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v20iEsp2.e8822Palavras-chave:
gênero, sexuação, caso clínico, medicina e psicanálise.Resumo
No que tange à psicanálise, qual é nossa política diante das questões de gênero? Eis a pergunta que esse texto se coloca a partir do trabalho com uma criança encaminhada para diagnóstico após a suspeita da pediatra de que seria portadora de uma disforia de gênero. Retomando as diretrizes que orientam a medicina quanto à questão na atualidade, observando o trabalho analítico dessa criança e situando-nos frente a observações cruciais, tanto de Freud quanto de Lacan, sobre a postura do analista quanto às questões das subjetividades de sua época, discutimos a falácia da binaridade que vige em um mundo biologizante. Orientamo-nos, metodologicamente, de duas formas: a discussão de discursos e o trabalho clínico conforme a pesquisa em psicanálise, isto é, fazer o sujeito falar para, a partir daí, construir possíveis balizas para sua própria identidade, dessa forma é possível atualizar a referência freudiana ao impossível.Downloads
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