Travessias Artísticas de Ai Weiwei: Um Olhar Psicanalítico sobre o Sujeito, o Tempo e o Estrangeiro na Obra Lei da Jornada
DOI:
https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v21i3.e10830Palavras-chave:
psicanálise, arte, sujeito, tempo, estrangeiroResumo
Esse artigo analisa a obra Lei da jornada (Law of the journey) do artista contemporâneo Ai Weiwei. Para isso, utiliza-se o método psicanalítico da atenção flutuante de modo a investigar a obra como uma formação do inconsciente, sintoma de um tempo que interroga contextos e obras que extrapolam as intencionalidades do artista. Perscruta-se a densidade da imagem e do universo simbólico que constitui a obra, operando com os conceitos freud-lacanianos de sujeito, estrangeiro e uma concepção híbrida de tempo. A reflexão desdobra-se em discussões sobre o unheimliche (infamiliar), o trauma e a diferença, buscando, no enlace com a obra, problematizar questões subjetivas, políticas e históricas tocantes às jornadas dos refugiados.
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