O mal-estar da professora alfabetizadora: contribuições de D. Winnicott

Autores

  • Nilce da Silva

Resumo

Este artigo pretende contribuir para a compreensão da subjetividade da alfabetizadora à luz da teoria de Winnicott. Durante o ano de 2004, em escolas públicas e particulares da cidade de São Paulo, por meio de pesquisa qualitativa, sem desprezar alguns dos instrumentos característicos da pesquisa quantitativa, procuramos conhecer a vida de um grupo de professoras alfabetizadoras (das séries iniciais do Ensino Fundamental Regular e de Educação de Jovens e Adultos - EJA) do ponto de vista das suas lembranças - das recordações que outras pessoas do seu círculo social próximo têm de suas vidas – e das interpretações que as mesmas fazem de suas vidas quando pequenas e relacionar esta “memória individual e coletiva” com os aspectos relacionados às representações que as mesmas têm sobre seu desempenho profissional na carreira docente como alfabetizadora. Dos dados coletados e analisados, verificou-se uma tendência em apontar que professoras alfabetizadoras que enquanto bebês tiveram “mães suficientemente boas”, no sentido winnicottiano do unitermo, têm maior satisfação no desempenho nas suas carreiras e, inclusive por isto, sofrem menos as conseqüências do stress docente (burnout) na medida em que são mais criativas na sua prática pedagógica e na sua vida cotidiana. Não por isso, deixam de sentir a pressão social quando procuram criar e fazer, sobretudo no âmbito dos sistemas públicos de ensino, que se mostram pouco abertos para o profissional que faz, conduzindo-os à espera doentia das férias, dos feriados e da aposentadoria. Dividimos este artigo nas seguintes partes: a - introdução: das dificuldades de entender a subjetividade; b - os trabalhos que têm sido feitos na área do stress docente; c - o “tipo ideal” da “mãe suficientemente boa”; d - apresentação e análise de dados; e finalmente, apresentamos algumas considerações que podem servir para o debate desta problemática com ênfase na importância do “ato criativo”. Palavras-chave: alfabetizadora, subjetividade, mal-estar docente, Winnicott, criatividade

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Biografia do Autor

Nilce da Silva

Cientista Social . Pós-doutorada pela Universidad Paris-Nord. Professora Doutora da FEUSP – USP. Coordenadora do Grupo de Pesquisa, Ensino e Extensão Acolhendo Alunos em Situação de Exclusão Social e Escolar: o papel da instituição escolar

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Publicado

20.06.2005

Como Citar

da Silva, N. (2005). O mal-estar da professora alfabetizadora: contribuições de D. Winnicott. Revista Subjetividades, 5(1), 11–44. Recuperado de https://ojs.unifor.br/rmes/article/view/1515

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