A modernidade líquida: o sujeito e a interface com o fantasma
Resumo
Este artigo apresenta as principais características da modernidade líquida que, segundo Z. Bauman (2005, 2001, 2000, 1998) são desapego, provisoriedade e acelerado processo da individualização; tempo de liberdade, ao mesmo tempo, de insegurança. Tal contexto pode ser definido pela palavra alemã Unsicherheit que significa: falta de segurança, de certeza e de garantia. Tem a cidade de São Paulo como exemplo deste tipo de sociedade. Notamos uma crise do estatuto do real nesse período, ou ainda, um abalo no conceito de real e do que seria esse real. Neste contexto, talvez possamos dizer que a realidade é o real com toque de fantasia; é o real sem o choque do real. Dito de outro modo, afirmamos e destacamos que o mal-estar atravessa a subjetividade humana, ou melhor, a relação do sujeito com seu próprio desejo, e com os objetos que podem preenchê-lo. Sendo assim, apontamos a constituição da fantasia para não nos depararmos com o real das megalópoles, de sua injunção à velocidade e à mobilidade. Esta fantasia pode fornecer ao sujeito alguma segurança em uma época tão insegura. Neste sentido a fantasia pode ser ideológica no sentido de que nos impede de ver o todo do real desta nossa época. Do nosso ponto de vista, a busca do real, nesses tempos, dar-se-ia com o questionamento da fantasia e com a tentativa de compreender qual o sentido dessa velocidade no capitalismo. O sujeito tenta preencher seu desejo, todavia, o desejo é por definição não-preenchível. Neste contexto o capital, no lugar do Outro pode tomar para si o papel daquele que preenche os desejos humanos. Concluímos que existe uma ligação entre o desejo e o assujeitamento do sujeito ao outro, e que a dificuldade encontrada na relação do sujeito com o real pode ser tratada tanto no sentido ideológico tradicional, como através do fetichismo. Palavras-chave: modernidade líquida, subjetividade, fetichismo, realidade, ideologia.Downloads
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