A música na psicanálise: Um dueto entre Christopher Bollas e Didier- Weill
DOI:
https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v25i1.e14488Palavras-chave:
música, Psicanálise , objeto transformacional, nota azulResumo
Desde os anos pioneiros de sua fundação, a psicanálise, em sua dimensão teórico-clínica, se propõe a pensar a cultura humana com seus feitos artísticos. Nesse aspecto, chama a atenção que a música tenha sido tão pouco abordada em comparação às outras formas de arte. A declaração de Freud de que não gostava de música pode ter contribuído com este fato. Este artigo pretende fazer uma análise das possibilidades de inserção da questão da música no campo psicanalítico percorrendo brevemente a literatura de autores clássicos e, principalmente, aproximando dois autores de diferentes vertentes da psicanálise contemporânea. De um lado trabalharemos com o autor da escola inglesa Christopher Bollas com sua abordagem das relações de objeto e principalmente o conceito de objeto transformacional, e do outro Alain Didier-Weill, autor de escola francesa de inspiração lacaniana e sua ideia original de nota azul. Nesta aproximação, encontramos um interessante contraponto em torno da dimensão sígnica conteudística do discurso verbal que dão o tom de discussões epistemológicas e metodológicas que atravessam a história da psicanálise.
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