Representações de aplicativos de paquera para usuários brasileiros
DOI:
https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v23i4.e14042Palavras-chave:
Aplicativos de paquera, Relacionamento virtual, PsicologiaResumo
O objetivo deste estudo foi investigar representações de aplicativos de paquera para usuários brasileiros e diferenças quanto a sexo, orientação sexual e idade. A abordagem foi quantitativa e qualitativa. O instrumento utilizado para a coleta de dados foi um questionário online. Respostas espontâneas trouxeram representações ligadas a relacionamentos não especificados, a sentimentos de desconforto/de sofrimento, e a praticidade. Representações de perguntas fechadas mais prevalentes foram praticidade, obtenção de informações iniciais antes de um encontro e busca por relacionamento amoroso. Esta última foi mais prevalente em mulheres e heterossexuais em geral; a busca por sexo foi mais prevalente em homens e homossexuais, e viver experiências veladas que não podem ser vivenciadas abertamente foi mais prevalente em homossexuais. Houve pouca diferença estatisticamente significativa em relação à idade. Apesar das mudanças nas relações amorosas contemporâneas, representações sociais tradicionais continuam vigentes: vinculadas à busca por um parceiro ideal (mulheres) e por sexo e gozo transgressor (homens). Os aplicativos refletem busca por praticidade e utilitarismo do capitalismo pós-moderno, nos grandes centros, além de diversão e passatempo.
Downloads
Referências
Andrade, D. S. V. (2016). Solteiras/os procuram? Sobre sexualidade e solteirice em Salvador. Revista Feminismos, 4(2/3). https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/30220.
Bardin, L. (2013). L’analyse de contenu (2d ed.). PUF.
Bauman, Z. (2003). Liquid love: On the frailty of human bonds. Polity Press.
Biasus, F., Demantova, A., & Camargo, B. V. (2011). Representações sociais do envelhecimento e da sexualidade para
pessoas com mais de 50 anos. Temas em Psicologia, 19(1), 319-336. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S1413-389X2011000100025&lng=pt&tlng=pt.
Birman, J. (2011). Mal-estar na atualidade: A psicanálise e as novas formas de subjetivação (8th ed.). Civilização Brasileira.
Blake, K., Portingale, J., Giles, S., Griffiths, S., & Krug, I. (2022). Dating app usage and motivations for dating app usage are associated with increased disordered eating. Journal of Eating Disorders, 10(1), 1-10. https://jeatdisord.biomedcentral.com/articles/10.1186/s40337-022-00693-9
Bryant, K., & Sheldon, P. (2017). Cyber dating in the age of mobile apps: Understanding motives, attitudes, and characteristics of users. American Communication Journal, 19(2). https://www.csus.edu/faculty/m/fred.molitor/docs/cyber-dating.pdf.
Bussinger, R. V. (2013). “Somos ensinados a pensar em sexo”: Representações sociais de masculinidades e de amor em travestis, homens gays e homens heterossexuais. [PhD Thesis], Federal University of Espírito Santo. Repositório
Institucional da UFES.http://repositorio.ufes.br/bitstream/10/1292/6/tese_4498_TESE_CORRIGIDA1%20%281%29.pdf.
Castells, M. (2010). The rise of the network society - the information age: Economy, society and culture – volume I (2nd ed.). Wiley Blackwell.
Cravo, C. L. (2014) Representações sociais de homens e mulheres sobre a solteirice de pessoas com mais de 40 anos. [Master’s Thesis], Federal University of Espírito Santo. http://repositorio.ufes.br/handle/10/3101
Czernecka, J. (2020). Singlehood among young and middle age women in Poland - stereotypes in the mass media vs. single women’s opinions. Revista Feminismos, 7(1). https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/35755
Couto, E. S., Souza, J. D. F. de & Nascimento, S. P. (2013, October 10th and 11th). Grindr e Scruff: Amor e sexo na cibercultura. Anais do 3º Simpósio em tecnologias digitais e sociabilidade. Performances Interacionais e Mediações Sociotécnicas. GITS – Research Group on Interactions, Digital Technologies and Society at the Federal University of Bahia/Salvador. http://gitsufba.net/anais/wp-content/uploads/2013/09/13n1_grindr_49464.pdf
Degen, J., Kleeberg-Niepage, A. (2022). The more we Tinder: Subjects, selves and society. Hu Arena, 5, 179–195. https://doi.org/10.1007/s42087-020-00132-8
eHarmony Editorial Team (2017). Future of dating 2050: The impact of a changing society. future foundation. https://www.eharmony.co.uk/dating-advice/dating/future-of-dating-2050/#.Wh_bY4G0O3C
Harrison, M. G., McAnulty, R. D., &Canevello, A. (2022). College students’ motives for in-person meetings with dating
application matches. Cyberpsychology, Behavior, and Social Networking, 25(2), 130-134. http://doi.org/10.1089/
cyber.2021.0031
Holtzhausen, N., Fitzgerald, K., Thakur, I., Ashley, J., Rolfe, M., & Pit, S. W. (2020). Swipe-based dating applications
use and its association with mental health outcomes: A cross-sectional study. BMC psychology, 8(1), 1-12. https://
bmcpsychology.biomedcentral.com/articles/10.1186/s40359-020-0373-1?fd=5317710456904024|5456507360795513
&lp=/dating-apps-mental-health
Illouz, E. (2019). Emodities o la invención de los commodities emocionales. In: E. Illouz (Coord.), Capitalismo, consumo yautenticidad: Las emociones como mercancía. (pp. 1-41). Katz.
James, J. L. (2015). Mobile dating in the digital age: Computer-mediated communication and relationship building on tinder. [Master’s thesis], Texas State University, San Marcos, Texas. https://digital.library.txstate.edu/handle/10877/5529
Kehl, M. R. (2002). Sobre ética e psicanálise. Companhia das Letras.
Lacan, J. (2007). Ecrits: the first complete edition in English. W. W. Norton & Company. (Original work published in 1966).
Lacan, J. (2014). The Seminar, book X: Anxiety, 1962–1963. Polity Press.
Lacan, J. (2020). The Seminar, book V: Formations of the unconscious, 1957-1958. Polity Press.
Lasch, C. (1991) The culture of narcissism: American life in an age of diminishing expectations. Norton. (Original work published in 1979).
Lenton-Brym, A. P., Santiago, V. A., Fredborg, B. K., & Antony, M. M. (2021). Associations between social anxiety, depression, and use of mobile dating applications. Cyberpsychology, Behavior, and Social Networking, 24(2), 86-93. https://doi.org/10.1089/cyber.2019.0561
Linne, J. (2020). “No sos vos, es Tinder”. Gamificación, consumo, gestión cotidiana y performance en aplicaciones de
“levante”. Convergencia, 27, e13365. https://doi.org/10.29101/crcs.v27i0.13365
Maia, J., & Bianchi, E. (2013) A caçada começou: Tecnologia de geolocalização em aplicativos de redes sociais gays.
Anais do XXXVI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. IntercomBrazilian Society for Interdisciplinary
Communication Studies – Manaus/AM. http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2013/resumos/R8-0411-1.pdf
Maia, J., & Bianchi, E. (2014). Tecnologia de geolocalização: Grindr e Scruff redes geosociais gays. Logos, 2(24). https://doi.org/10.12957/logos.2014.14157
Mezan, R. (2002) Interfaces da psicanálise. Companhia das Letras.
Moscovici, S. (2001). Social representations: Explorations in Social Psychology. New York University Press.
Pommier, G. (2000). Pour l’amour du père et du phallus : L’homosexualité en première ligne. Révue Internationale – La clinique lacanienne: les homossexualités, 4(1). https://www.editions-eres.com/ouvrage/766/les-homosexualites
Ranzini, G., & Lutz, C. (2017). Love at first swipe? Explaining Tinder self-presentation and motives. Mobile Media &
Communication, 5(1), 80–101. https://doi.org/10.1177/2050157916664559
Rosenfeld, M., Thomas, R. &Husen, S. (2019). Disintermediating your friends: How online dating in the United States
displaces other ways of meeting. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America,
(36), 17753-17758. https://doi.org/10.1073/pnas.1908630116
Roudinesco, E., & Plon, M. (2006). Dictionnaire de la psychanalyse (3d ed.). Fayar.
Santos, I. C. L. dos (2015). “Mulher Solteira Procura”: Um estudo em torno da solteirice na representação social feminina. Polêm!ca, 14, 01-22. https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/polemica/article/view/14263
Santos, S. C. dos. (2016, August 3rd to 6th). “Meu Tinder tá bombando!”Geolocalização, sociabilidade e vivências da
sexualidade. Anais da 30ª Reunião Brasileira de Antropologia, Federal University of Paraiba, João Pessoa/PB. http://
evento.abant.org.br/rba/30rba/files/1468606843_ARQUIVO_GT010MeuTindertabombando_Sheila.pdf
Santos, S. C. dos. (2018). Curtir ou não curtir: Experimentações a partir do Tinder. [Master’s thesis], Federal University of Paraiba, João Pessoa/PB https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/13246
Sevi, B. (2019). The dark side of Tinder. Journal of Individual Differences, 40(4), 242–246. https://doi.org/10.1027/1614-0001/a000297
Silva, K. R., de Andrade-Serejo, R. D., de Souza, G. B. D., & de Souza, J. C. P. (2021). As relações amorosas de jovens
manauenses no aplicativo de namoro Tinder. Research, Society and Development, 10(13), e318101321321-e318101321321. https://doi.org/10.33448/rsd-v10i13.21321
Sumter, S. R., Vandenbosch, L., & Ligtenberg, L. (2017). Love me Tinder: Untangling emerging adults’ motivations for
using the dating application Tinder. Telematics and Informatics, 34(1), 67-78. https://doi.org/10.1016/j.tele.2016.04.009.
Timmermans, E., & De Caluwé, E. (2017a). Development and validation of the Tinder Motives Scale (TMS). Computers in Human Behavior, 70, 341-350. https://doi.org/10.1016/j.chb.2017.01.028.
Timmermans, E., & De Caluwé, E. (2017b). To Tinder or not to Tinder, that’s the question: An individual differences perspective to Tinder use and motives. Personality and Individual Differences, 110, 74-79. https://doi.org/10.1016/j.paid.2017.01.026
Trevisan, J. S. (2004). Devassos no paraíso: A homossexualidade no Brasil, da colônia à atualidade. (6th ed.). Record.
Zapata, I., Vargas, J., & Marín-Cortés, A. (2021). Una revisión de alcance sobre las relaciones entre vínculos sexo-afectivos y tecnologías digitales. Diversitas: PerspectivasenPsicología, 17(2), 20-36. https://doi.org/10.15332/22563067.7075
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Revista Subjetividades
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Para autores: Cada manuscrito deverá ser acompanhado de uma “Carta de submissão” assinada, onde os autores deverão declarar que o trabalho é original e inédito, se responsabilizarão pelos aspectos éticos do trabalho, assim como por sua autoria, assegurando que o material não está tramitando ou foi enviado a outro periódico ou qualquer outro tipo de publicação.
Quando da aprovação do texto, os autores mantêm os direitos autorais do trabalho e concedem à Revista Subjetividades o direito de primeira publicação do trabalho sob uma licença Creative Commons de Atribuição (CC-BY), a qual permite que o trabalho seja compartilhado e adaptado com o reconhecimento da autoria e publicação inicial na Revista Subjetividades.
Os autores têm a possibilidade de firmar acordos contratuais adicionais e separados para a distribuição não exclusiva da versão publicada na Revista Subjetividades (por exemplo, publicá-la em um repositório institucional ou publicá-la em um livro), com o reconhecimento de sua publicação inicial na Revista Subjetividades.
Os autores concedem, ainda, à Revista Subjetividades uma licença não exclusiva para usar o trabalho da seguinte maneira: (1) vender e/ou distribuir o trabalho em cópias impressas ou em formato eletrônico; (2) distribuir partes ou o trabalho como um todo com o objetivo de promover a revista por meio da internet e outras mídias digitais e; (3) gravar e reproduzir o trabalho em qualquer formato, incluindo mídia digital.
Para leitores: Todo o conteúdo da Revista Subjetividades está registrado sob uma licença Creative Commons Atribuição (CC-BY) que permite compartilhar (copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato) e adaptar (remixar, transformar e criar a partir do material para qualquer fim) seu conteúdo, desde que seja reconhecida a autoria do trabalho e que esse foi originalmente publicado na Revista Subjetividades.