Escritas de Si: Por uma Ética da Experimentação Ficcional
DOI:
https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v22i1.e11970Palavras-chave:
narrativa, metodologia, ficção, ético-estética, clínico-políticaResumo
Este artigo propõe-se a discutir a ficção enquanto método de produção de conhecimento, apresentado a partir de recortes de pesquisas que habitam o território da psicologia social e que afirmam operações singulares para trabalhar e intervir sobre os seus campos problemáticos. As ferramentas aqui exploradas são cartograficamente delimitadas, desviando-se, portanto, dos enquadramentos prévios tanto quanto das generalizações que por vezes acompanham as práticas de constituição dos saberes. Os hibridismos entre arte, filosofia e ciência surgem da abertura à experimentação que acompanha cada um dos processos em vias de diferenciação, ou seja, não se pretende transformar a escrita em um espaço fadado ao já visto ou já pensado, mas em constante relação com as virtualidades e com a variação suscitada pelo próprio pesquisar. A intenção de criar um corpo heterogêneo, capaz de acolher o paradoxo e as múltiplas vozes que ecoam dos encontros, perpassa o movimento de reunir fragmentos díspares atravessados por uma experiência que não almeja fechar-se em si mesma, e sim reinventar-se a cada novo salto do pensamento, pautado por uma ética do desassossego e do incremento de possibilidades.
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