A Comunicação Profissional de Saúde-Usuário(a) na Doença Renal Crônica

Autores

  • Érica Tavares de Melo Matsuoka Hospital das clínicas da Universidade Federal de Pernambuco
  • Maria Lucicleide Falcão de Melo Rodrigues Universidade Federal de Pernambuco
  • Josianne Maria Mattos da Silva Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares Hospital das Clinicas da Universidade Federal de Pernambuco
  • Wedna Cristina Marinho Galindo Universidade Federal de Pernambuco
  • Jéssica Oliveira Galvão Hospital das clínicas da Universidade Federal de Pernambuco

DOI:

https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v19i1.e7593

Palavras-chave:

doença renal crônica, insuficiência renal crônica, comunicação, comunicação em saúde.

Resumo

A doença renal crônica (DRC) possui caráter irreversível e progressivo, levando a pessoa acometida à terapia renal substitutiva. Nesse contexto, a comunicação entre o/a profissional de saúde e o(a) usuário(a) é essencial, pois poderá viabilizar melhor compreensão da doença e das terapêuticas e a maior apropriação do (auto)cuidado em saúde. O estudo, de natureza qualitativa, teve por objetivo analisar a percepção dos(as) usuários(as) e dos(as) profissionais de saúde do ambulatório de nefrologia de um hospital escola da cidade do Recife acerca da comunicação estabelecida entre eles quanto ao diagnóstico/prognóstico e tratamento da DRC. Responderam a entrevistas semiestruturadas 14 participantes (sete pacientes e sete profissionais). Foi utilizada análise de conteúdo para apreciação dos dados. Os resultados apontaram para dois tipos de comunicação: comunicação-explicação e comunicação-relação, as quais são influenciadas pelos seguintes fatores: sentimentos dos profissionais e dos pacientes, atitudes dos profissionais e dos pacientes, e fatores externos e internos à díade profissional-usuário(a). Conclui-se que existe predomínio de comunicação hierarquizada, ainda que se vislumbrem relações mais horizontais. Portanto, é necessário que profissionais de saúde aprimorarem habilidades para lidar com sentimentos e atitudes presentes na comunicação. Os resultados podem contribuir para a melhoria do processo comunicativo, auxiliando no aperfeiçoamento técnico do(a) profissional de saúde.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Érica Tavares de Melo Matsuoka, Hospital das clínicas da Universidade Federal de Pernambuco

Psicóloga residente do Programa de Residência Multiprofissional Integrada em Saúde do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco

Maria Lucicleide Falcão de Melo Rodrigues, Universidade Federal de Pernambuco

Possui graduação em Licenciatura em Psicologia pela Faculdade de Ciências Humanas Esuda(1987) e especialização em Capacitação Pedagógica de Profs e Instrutores pela Universidade Federal Rural de Pernambuco(1993). Mestre em Educação pela universidade Federal do Amazonas(2004). Atualmente é Professora Adjunta no Departamento de Psicologia  da Universidade Federal de Pernambuco e Tutora da Universidade Federal de Pernambuco. 

Josianne Maria Mattos da Silva, Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares Hospital das Clinicas da Universidade Federal de Pernambuco

Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal de Pernambuco (2009), Especialização, à nível de Residência Multiprofissional, pelo HC/UFPE (2013). Mestre em Saúde da Criança e do Adolescente pela UFPE (2016). Atualmente é Psicóloga da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares HC/UFPE, onde atua no setor de Nefrologia e na preceptoria de Psicologia do Programa de Residencia Multiprofissional Integrada em Saúde. 

Wedna Cristina Marinho Galindo, Universidade Federal de Pernambuco

Doutora pela Universidade Católica de Pernambuco, é docente no Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Pernambuco, possui Mestrado em Sociologia (UFPE/2003), Especialização em Psicologia Clínica de Orientação Psicanalítica (Unicap/1997) e Graduação em Psicologia (UFPE/ 1994).

Jéssica Oliveira Galvão, Hospital das clínicas da Universidade Federal de Pernambuco

Psicóloga residente do Programa de Residência Multiprofissional Integrada em Saúde do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco

Referências

Aquino, F. C. G., & Figueiredo, G. C. (2014/ 2015). Relação médico-paciente: Uma amizade? Fórum UNIV Brasil, São Paulo. http://www.univbrasil.com.br/wp-content/uploads/2015/02/3o-colocado.pdf

Araújo, E. M. D. & Araújo-Júnior, J. L. A. C. (2016). Usuário, família e comunidade como parte da equipe de saúde na colaboração interprofissional. SANARE, 15(02), 120-128.

Arkowitz, H., Westra, H. A., Miller, W. R., & Rollnick, S. (2011). Entrevista motivacional no tratamento de problemas psicológicos. São Paulo: ROCA.

Arrais, R. H., & Jesuino, S. L. C. S. (2015). A vivência psicológica da comunicação sobre o diagnóstico e tratamento por pacientes oncológicos: Uma perspectiva da psicologia analítica. Revista SBPH, 18(2), 22-44.

Bardin, L. (2010). Análise de conteúdo. Lisboa: Edição 70.

Bellenzani, R., Nemes, M. I. B., & Paiva, V. (2013). Comunicação profissional-paciente e cuidado: Avaliação de uma intervenção para adesão ao tratamento de hiv/aids. Interface (Botucatu),17(47), 803-34.

Bensing, J., Rimondini, M., & Visse, A. (2013). What patients want. Patient Education Counseling, 90, 287-290.

Beverly, E.A, Worley, M. F., Court, A. B., Prokopakis, K. E., & Ivanov, N. N. (2016). Patient-physician communication and diabetes self-care. JCOM, 23(11), 509-518.

Bianchini, D. C. S. (2015). A comunicação profissional-paciente em oncologia: Uma compreensão psicanalítica. (Dissertação de Mestrado). Universidade do Vale dos Sinos, São Leopoldo, RS.

Borges, S. A. C., & Porto, N. P. (2014). Por que os pacientes não aderem ao tratamento? dispositivos metodológicos para a educação em saúde. Saúde Debate, 38(101), 338-346.

Ceron, M. (n.d.). Habilidades de comunicação: Abordagem centrada na pessoa. https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/esf/2/unidades_conteudos/unidade24/unidade24.pdf

Coriolano-Marinus, M.W. L. (2014). Comunicação nas práticas em saúde: Revisão integrativa da literatura. Saúde Soc., 23(4), 1356-1369.

Croitor, L. M. N. (2010). Percepção de pacientes do comportamento comunicativo do médico: Elaboração e validação de um novo instrumento de medida. (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal de Minas Gerais.

David, M. I. D. (2015). Os perfis de autocuidado das pessoas com insuficiência renal crónica em hemodiálise e a sua perceção da qualidade de vida. (Dissertação de Mestrado). Universidade Lusófona, Lisboa.

Ferreira, L. F., Agra, G. & Formiga, N. (2017). Experiências e sentimentos de pacientes em terapia hemodialítica. RSC online, 6(1), 39-56. http://www.ufcg.edu.br/revistasaudeeciencia/index.php/RSC-UFCG/article/view/463 .

Flick, U. (2005). Métodos qualitativos na investigação científica. Lisboa: Monitor.

Fontanella, B. J. B., Ricas, J., & Turato, E. R. (2008). Amostragem por saturação em pesquisas qualitativas em saúde: Contribuições teóricas. Caderno de Saúde Pública, 24(1), 17-27.

Fontanella, B. J. B, Luchesi, B. M., Saidel, M. G. B., Ricas, J., Turato, E. R. & Melo, D. G. (2011). Amostragem em pesquisas qualitativas: Proposta de procedimentos para constatar saturação teórica. Caderno de Saúde Pública, 27(2),389-394.

Franco, T. B. (2015). Trabalho criativo e cuidado em saúde: Um debate a partir dos conceitos de servidão e liberdade. Saúde Soc., 24(supl.1), 102-114.

Galindo, W. C. M., Francisco, A. L., & Rios, L. F. (2013). A instrução e a relação como modos de aconselhamento em hiv/aids. Temas em Psicologia, 21(3), 989-1004.

Khan, T. M., Hassali, & M.A. Al-Haddad, M. S.M., (2011). Patient-physician communication barrier: A pilot study evaluating patient experiences. Journal of Young Pharmacists. 3(3), 250-255.

Kubler-Ross E. (1994). Sobre a morte e o morrer. Rio de Janeiro: Martins Fontes.

Liberato, S. M. D., Souza, A. J. G., Gomes, A. T. L., Medeiros, L. P., Costa, I. K. F., & Torres, G. V. (2014). Relação entre adesão ao tratamento e qualidade de vida: Revisão integrativa da literatura. Rev. Eletr. Enf., 16(1), 191-198.

Lopes, J. M. C., & Ribeiro, J. A. R. (2015). A pessoa como centro do cuidado na prática do médico de família. RevBrasMedFam Comunidade,10(34), 1-13.

Machaczek, K., Whitfield, M., Kilner, K., & Allmark, P. (2013). Doctors’ and nurses’ perceptions of barriers to conducting handover in hospitals in the czech republic. American Journal of Nursing Research, 1(1),1-9.

Ministério da Saúde. (2014). Diretrizes Clínicas para o Cuidado ao paciente com Doença Renal Crônica – DRC no Sistema Único de Saúde/ Ministério da Saúde. Brasília: Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Especializada e Temática.

Nogueira-Martins, M. C. F. & De Marco, M. A. (2010). Humanização e processos comunicacionais: Reflexões sobre a relação entre o profissional de saúde e o usuário. BIS, Bol. Inst. Saúde,12(1), 49-54.

Norouzinia, R., Aghabarari, M., Shiri, M., Karimi, M., & Samami, E. (2016). Communication barriers perceived by nurses and patients. Global Journal of Health Science, 8(6), 65-74.

Otani, M. A. P. (2013). Comunicação entre profissional de saúde paciente: Percepções de mulheres com câncer de mama. (Dissertação de Mestrado). UNICAMP, São Paulo.

Ranjan, P., Kumari, A., & Shchakrawarty, A. (2015). How can doctors improve their communication skills? Journal of Clinical and Diagnostic Research, 9(3), 01-04.

Ribeiro, P. C. P. S. V., Marques, R. M. D., & Ribeiro, M. P. (2017). O cuidado geriátrico: Modos e formas de confortar. Rev. Bras. Enferm., 70(4), 865-872. http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=267052023023_2 .

Ritholz, M. D., Beverly E. A., Brooks, K.M., Abrahamson, M. J. & Weinger, K. (2014). Barriers and facilitators to selfcare communication during medical appointments in the united states for adults with type 2 diabetes. Chronic Illn, 10, 303-313.

Rollnick, S., Miller, W. R., & Butler, C. C. (2009) Entrevista Motivacional no cuidado da saúde: Ajudando pacientes a mudar o comportamento. Porto Alegre: Artmed.

Rudnicki, T. (2014). Doença renal crônica: Vivência do paciente em tratamento de hemodiálise. Contextos Clínicos, 7(1), 105-116.

Schmidt, E. Valle, D. A. do, Martins, J. S. C., Borges, J. L., Souza, L., Jr. de, & Ribeiro, U. R. V. C. O. (2011). A iatrogenia como desdobramento da relação médico-paciente. Rev. Bras. Clin. Med., 9(2),146-9.

Schmidt, E., & Mata, G. F. (2008). Transferência e iatrogenia na relação médico-paciente. Revista Médica de Minas Gerais, 18(1), 37-40.

Shrivastava, S. R., Shrivastava, P. S., & Ramasamy, J. (2014). Exploring the dimensions of doctor-patient relationship in clinical practice in hospital settings. Int J Health PolicyManag, 2(4), 159-160.

Silva, L. C. da. (2009). O sofrimento psicológico dos profissionais de saúde na atenção ao paciente de câncer. Psicologia para América Latina, (16). http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1870-350X2009000100007&lng=pt&tlng=pt.

Silva, L. C. da, Freitas, T. S., Maruyama, S. A. T., Silva, D. R. S. & Silva, F. C. da (2013). O transplante renal na perspectiva da pessoa transplantada. Ciência, Cuidado Saúde, 12(2), 356-364.

Simonetti, A. (2015). Psicologia hospitalar e psicanálise. São Paulo: Casa do Psicólogo.

Ugarte, O. N., & Acioly, M. A. (2014). O princípio da autonomia no Brasil: Discutir é preciso. Rev. Col. Bras. Cir., 41(5),274-277.

Xavier B. L. S., & Santos I. (2012). Sentimentos e expectativas de clientes com doença renal crônica aguardando transplante renal. Rev. Pesq: Cuid. Fundam. Online, 4(4), 2832-40. http://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=BDENF&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=23749&indexSearch=ID

Downloads

Publicado

06.05.2019

Como Citar

Matsuoka, Érica T. de M., Rodrigues, M. L. F. de M., da Silva, J. M. M., Galindo, W. C. M., & Galvão, J. O. (2019). A Comunicação Profissional de Saúde-Usuário(a) na Doença Renal Crônica. Revista Subjetividades, 19(1), Publicado em: 02/08/2019. https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v19i1.e7593

Edição

Seção

Relatos de Pesquisa