A Força do Silêncio na Criança: Um Relato de Experiência
DOI:
https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v20i2.e7564Palavras-chave:
criança, hospital, psicanálise, silêncio.Resumo
Este relato de experiência surge da prática clínica da psicologia em um Programa de Residência Integrada e Multiprofissional, com área de concentração a saúde da criança e do adolescente. A partir do estudo da construção social da infância, do significado de infans (aquele que não fala) e do contexto de uma criança hospitalizada, abordaram-se as temáticas que permearam os atendimentos clínicos. Como objetivo, buscar-se-á refletir sobre a importância do atendimento psicológico à criança internada, focando nos seguintes temas: o silêncio, a transferência (relação paciente x analista) e a vivência da hospitalização. Será abordada a experiência clínica no atendimento a uma criança, que se apresenta diante de todos os membros da equipe de saúde recusando-se a falar, uma criança que “não fala”. As discussões e construções teóricas realizadas, durante os atendimentos e supervisões clínicas, ocorreram sob a orientação da teoria psicanalítica. Debate-se, ao longo do texto, a temática do silêncio, fator presente nesse tratamento psicanalítico e de extrema relevância para a experiência relatada. Ao final, fala-se sobre a importância da escuta psicológica para o silêncio da criança, do estabelecimento da relação transferencial, da criação de um espaço único de fala e das mudanças que o tratamento implicou a ela.Downloads
Referências
Adatto, K. (1998, maio 25). Conceito de infância passa por transformação. O Estado de São Paulo. https://acervo.estadao.com.br/pagina/#!/19980525-38204-nac-0010-ger-a10-not
Ariès, P. (1973). História social da criança e da família. Rio de Janeiro: Zahar.
Bowlby, J. (1998). Apego e perda: Tristeza e depressão (2a ed). São Paulo: Martins Fontes.
Calvett, P. U., Silva, L. M., & Gauer, G. J. C. (2008). Psicologia da saúde e criança hospitalizada. Psic., 9(2), 229-234.
Carvalho, A. M. S. (2011) Psicanálise e hospital: Há ato analítico? Estudo sobre a especificidade da intervenção psicanalítica na pediatria e seus efeitos no tratamento da criança hospitalizada. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Universidade Federal de Minas Gerais, MG.
Demartini, P. (2002). Contribuições da sociologia da infância: Focando o olhar. Zero-A-Seis, 4(6), 33-44. Link
D`Incao, D. B. (2007). Silêncio que Cala, ou Silêncio que Fala? Contemporânea - Psicanálise e Transdisciplinaridade, (3), 254-260. http://www.revistacontemporanea.org.br/revistacontemporaneaanterior/site/wp-content/artigos/artigo107.pdf
Dunker, C., & Thebas, C. (2019). O palhaço e o psicanalista: Como escutar os outros pode transformar vidas. São Paulo: Planetas do Brasil.
Ferreira, J. B. (2009). Palavras do silêncio. Cad. Psicanálise, 31(22),13-36. http://www.cprj.com.br/imagenscadernos/03.PALAVRAS_DO_SILENCIO.pdf
Figueiredo, L. C. (1995). Investigação em Psicologia Clínica. In Conselho Federal de Psicologia (Org.), Psicologia no Brasil: Direções Epistemológicas (pp. 65-80). Brasília: Conselho Federal de Psicologia.
Freud, S. (2006). Recomendações aos médicos que exercem a psicanálise. In J. Strachey (Ed), Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud (Vol. 12, pp. 125-133). Rio de Janeiro: Imago. (Trabalho original publicado em 1912)
Freud, S. (2006). Sobre o início do tratamento. In J. Strachey (Ed), Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud (Vol. 20, pp. 137-158). Rio de Janeiro: Imago (Publicado originalmente em 1913)
Freud, S. (2006). A questão da análise leiga: conversações com uma pessoa imparcial. In J. Strachey (Ed), Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud (Vol. 20, pp. 173-241). Rio de Janeiro: Imago. (Trabalho original publicado em 1926[1925])
Garcia, C. (1999). Prefácio. In M. D. Moura (Org.), A criança e sua dor (não paginado). Rio de Janeiro: Revinter.
Gessinger, H., & Leindecker, D. (2009). A força do silêncio [Gravada por Pouca Vogal]. Em Pouca Vogal (Ao vivo) [CD]. Porto Alegre, RS: Stereophonica.
Gurski, R. (2012). O lugar simbólico da criança no Brasil. Educação em revista, 28(1), 61-78. DOI: http://doi.org/10.1590/S0102-46982012000100004
Levin, E. (1997). A infância em cena – Constituição do sujeito e desenvolvimento psicomotor. Petrópolis, RJ: Vozes.
Levin, E. (2002). A função do filho: Labirintos da infância. Petrópolis, RJ: Vozes.
Mannoni, M. (1999). A criança, sua “doença” e os outros: O sistema e a palavra (3a ed.). Rio de Janeiro: Zahar.
Maurano, D. (2006) A transferência. Rio de Janeiro, RJ: Zahar.
Moretto, M. L. T. (2002). O que pode um analista no hospital? São Paulo: Casa do Psicólogo.
Moura, M. D. (1999). Psicanálise e hospital: A criança e sua dor. Rio de Janeiro: Revinter.
Nascimento, C. T., Brancher, V. R., & Oliveira, V. F. (2008). A construção social do conceito de infância: Algumas interlocuções históricas e sociológicas. Revista Contexto & Educação. 23(79), 47-63. https://www.revistas.unijui.edu.br/index.php/contextoeducacao/article/view/1051
Nasio, J.-D. (2010) O silêncio na psicanálise. Rio de Janeiro: Zahar.
Oliveira, L. C. S. (1999). A criança que se cala. In M. D. Moura (Org.), A criança e sua dor (pp. 27-32). Rio de Janeiro: Revinter.
Oliveira, R. R., Santos, L. F., Marinho, K. C., Cordeiro, J. A. B. L., Salge, A. K. M., & Siqueira, K. M. (2010). Ser mãe de um filho com câncer em tratamento quimioterápico: Uma análise fenomenológica. Ciênc Cuid Saúde 9(2), 374-382. DOI: http://dx.doi.org/10.4025/cienccuidsaude.v9i2.11250
Padrão, C. B. (2009). Considerações sobre o silêncio na clínica psicanalítica: Dos primórdios aos dias atuais. Cad. Psicanálise, 31(22), 91-103. http://cprj.com.br/imagenscadernos/08.Consideracoes_sobre_o_silencio_na_clinica_psicanalitica.pdf
Perrotta, C. (2004). Um texto pra chamar de seu: Preliminares sobre a produção do texto acadêmico. São Paulo: Martins Fontes.
Quintana, A. M., Arpini, D. M., Pereira, C. R. R., & Santos, M. S. (2007). A vivência hospitalar no olhar da criança internada. Cienc Cuid Saude, 6(4), 414-423. http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/CiencCuidSaude/article/view/3679
Ribeiro, C. A, & Ângelo, M. (2005). O significado da hospitalização para a criança pré-escolar: Um modelo teórico. Rev Esc Enferm USP, 39(4), 391-400.
Salles, L. M. F. (2005). Infância e adolescência na sociedade contemporânea: Alguns apontamentos. Estudos de Psicologia: Campinas, 22(1), 33-41. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0080-62342005000400004
Souza, M. R. L. (2010). A criança, sua doença e o hospital como espaço terapêutico. Percurso, 44(1). http://revistapercurso.uol.com.br/index.php?apg=artigo_view&ida=109&c_palavra3=A
Sousa, A. M. (2012). Fatores prognósticos para sobrevivência após transplante de medula óssea em portadores de anemia aplástica. Dissertação de Mestrado, Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz, RJ.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Para autores: Cada manuscrito deverá ser acompanhado de uma “Carta de submissão” assinada, onde os autores deverão declarar que o trabalho é original e inédito, se responsabilizarão pelos aspectos éticos do trabalho, assim como por sua autoria, assegurando que o material não está tramitando ou foi enviado a outro periódico ou qualquer outro tipo de publicação.
Quando da aprovação do texto, os autores mantêm os direitos autorais do trabalho e concedem à Revista Subjetividades o direito de primeira publicação do trabalho sob uma licença Creative Commons de Atribuição (CC-BY), a qual permite que o trabalho seja compartilhado e adaptado com o reconhecimento da autoria e publicação inicial na Revista Subjetividades.
Os autores têm a possibilidade de firmar acordos contratuais adicionais e separados para a distribuição não exclusiva da versão publicada na Revista Subjetividades (por exemplo, publicá-la em um repositório institucional ou publicá-la em um livro), com o reconhecimento de sua publicação inicial na Revista Subjetividades.
Os autores concedem, ainda, à Revista Subjetividades uma licença não exclusiva para usar o trabalho da seguinte maneira: (1) vender e/ou distribuir o trabalho em cópias impressas ou em formato eletrônico; (2) distribuir partes ou o trabalho como um todo com o objetivo de promover a revista por meio da internet e outras mídias digitais e; (3) gravar e reproduzir o trabalho em qualquer formato, incluindo mídia digital.
Para leitores: Todo o conteúdo da Revista Subjetividades está registrado sob uma licença Creative Commons Atribuição (CC-BY) que permite compartilhar (copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato) e adaptar (remixar, transformar e criar a partir do material para qualquer fim) seu conteúdo, desde que seja reconhecida a autoria do trabalho e que esse foi originalmente publicado na Revista Subjetividades.