Trajetória de Resiliência em Famílias de Crianças com Síndrome de Down
DOI:
https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v21i3.e8882Palavras-chave:
resiliência familiar, síndrome de Down, famíliaResumo
A família que experiencia processos de resiliência conquista recursos vitais para lidar de forma mais eficiente com os desafios futuros, sugerindo a estabilidade do grupo. Este estudo investigou a trajetória desse construto a partir da análise de níveis de estresse, depressão, suporte familiar e fatores protetores em quatro famílias compostas por mãe, pai e filhos, tendo um deles a síndrome de Down (SD). A idade média das mães foi de 40,7 anos, a dos pais de 38,5 anos, do filho com SD de 15,7 meses e do filho com desenvolvimento típico (DT), quando existente, de 10,2 anos. Foram realizadas visitas nas residências em três momentos ao longo de um ano. Em cada uma delas, ambos os genitores responderam ao Inventário de Sintomas de Estresse para Adultos de Lipp, ao Inventário de Depressão de Beck, ao Inventário de Percepção de Suporte Familiar (IPSF) e a uma entrevista semiestruturada. O filho com DT respondeu à Escala de Estresse Infantil, ao IPSF e à entrevista. Todos os familiares responderam juntos ao Inventário dos Fatores Protetores da Família (IFPF). Os resultados indicam que os processos de resiliência familiar mantiveram-se estáveis ao longo do tempo. Distintas associações foram encontradas entre os construtos, a depender do momento de testagem dos membros familiares. De forma geral, níveis mais altos de estresse e depressão parecem interferir negativamente nos processos de resiliência familiar. Por outro lado, a maior percepção de suporte familiar e maior presença de fatores protetores parecem estar relacionadas à presença de indicativos desse fenômeno psicológico.
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