Na Errância do “Menino de Rua”, um Ato Inventivo do Sujeito

Autores

  • Paula Cristina Monteiro de Barros Universidade Católica de Pernambuco (Unicap)
  • Christian Hoffmann Université Paris Diderot

DOI:

https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v17i3.5570

Palavras-chave:

adolescente em situação de rua, errância, exclusão social, instituição

Resumo

O adolescente em situação de rua escancara, por meio de seu movimento errante, a degradação subjetiva e a mutilação social de sujeitos marcados, muitas vezes, desde o nascimento, pela ausência da possibilidade de reconhecimento social, relegados que estão à posição de dejeto a ser execrado. Ejetados da cena familiar e em resposta à exclusão social, os “meninos de rua” – expostos à radicalidade da violência, do banimento, da precariedade social, dos traumatismos, da ruptura de laços, da indiferença, do anonimato – vagueiam pelos espaços públicos, numa trajetória que ora ratifica a marca “menino de rua” e seus efeitos de aniquilamento do sujeito, ora a essa marca se opõe, delineando um movimento de vida e de resistência. Este trabalho resulta de inquietações advindas de uma experiência clínico-institucional e, partindo de proposições psicanalíticas acerca da condição errante do desejo e da errância estruturante do adolescente, pretende discutir o que se faz singular na errância do adolescente em situação de rua, tanto em termos de um vagar sem rumo certo do “menino de rua”, como de um ato inventivo, uma tomada de posição do sujeito adolescente. Nessa discussão, situaremos a instituição como um possível ponto de ancoragem para o sujeito; referente simbólico que, ao legitimar o recurso à palavra, subverte a lógica da exclusão social que emudece o sujeito, permitindo uma ultrapassagem da “marca da exclusão” para a rasura de um traço que enoda e faz laço social.

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Biografia do Autor

Paula Cristina Monteiro de Barros, Universidade Católica de Pernambuco (Unicap)

Psicóloga. Doutora em Psicologia Clínica pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e pela École Doctorale Études Psychanalytiques de l’Université Paris Diderot.

Christian Hoffmann, Université Paris Diderot

Psicanalista. Professor da Université Paris Diderot, diretor da École Doctorale Recherches en Psychanalyse.

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Publicado

15.04.2018

Como Citar

Barros, P. C. M. de, & Hoffmann, C. (2018). Na Errância do “Menino de Rua”, um Ato Inventivo do Sujeito. Revista Subjetividades, 17(3), 32–44. https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v17i3.5570

Edição

Seção

Dossiê: Adolescência em Psicanálise, saúde mental e assistência social