O brinquedo terapêutico: notas para uma re-interpretação
Palavras-chave:
brinquedo terapêutico, hospital, criança, enfermagem, psicologia.Resumo
Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa, histórico, realizado a partir de análise documental, e fundado na analítica interpretativa de Michael Foucault. Pretende-se refletir sobre o conceito “brinquedo terapêutico” presente na produção científica do campo/território da Enfermagem brasileira no período de 1980 a 2005, e as medidas administrativas, jurídicas e de práticas ligadas a este dispositivo. O referencial teórico está ancorado, igualmente, em Michael Foucault, a partir das noções de biopoder, disciplinarização e dispositivo, e possibilitou a compreensão dos efeitos sobre os saberes e práticas ligadas ao brincar que se passa no território hospitalar. As categorias que emergiram do corpus constituído foram brincar/jogar e técnica ou uma associação desses. Concluiuse que o brinquedo terapêutico é muito mais do que uma técnica, constituindo-se em um dispositivo que concentra um conjunto de práticas discursivas e não discursivas, de regulamentações jurídicas, de conhecimentos e saberes que constituem uma verdadeira política do corpo e da subjetividade nas enfermarias pediátricas dos hospitais. Percebeu-se, também, que a partir da construção dos saberes ligados à psicologia, o brincar foi sendo aprisionado primeiro pelo saber acadêmico, para depois ser construído ao seu redor uma série de medidas administrativas e legislativas para disciplinarizar e medicalizar, quase como condição de entrada, senão de permanência no hospital. Observou-se que ainda hoje a preocupação principal é a de continuar justificando o valor de uma prática, de uma técnica, derivada da origem dos subsídios teóricos adquiridos pelos profissionais para organizar, gerenciar, conduzir atividades ligadas ao brincar da criança hospitalizada. Finalmente, verificou-se que a banalização do brincar, o “fetichismo” que faz do objeto brinquedo o valor a ser exaltado e não ser o valor, o fazer e o criar, onde encontrar através da ludicidade (ilusão) a verdade do sujeito não faz mais que reafirmar o instituído em detrimento do novo, do diferente, do misterioso.Downloads
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Para autores: Cada manuscrito deverá ser acompanhado de uma “Carta de submissão” assinada, onde os autores deverão declarar que o trabalho é original e inédito, se responsabilizarão pelos aspectos éticos do trabalho, assim como por sua autoria, assegurando que o material não está tramitando ou foi enviado a outro periódico ou qualquer outro tipo de publicação.
Quando da aprovação do texto, os autores mantêm os direitos autorais do trabalho e concedem à Revista Subjetividades o direito de primeira publicação do trabalho sob uma licença Creative Commons de Atribuição (CC-BY), a qual permite que o trabalho seja compartilhado e adaptado com o reconhecimento da autoria e publicação inicial na Revista Subjetividades.
Os autores têm a possibilidade de firmar acordos contratuais adicionais e separados para a distribuição não exclusiva da versão publicada na Revista Subjetividades (por exemplo, publicá-la em um repositório institucional ou publicá-la em um livro), com o reconhecimento de sua publicação inicial na Revista Subjetividades.
Os autores concedem, ainda, à Revista Subjetividades uma licença não exclusiva para usar o trabalho da seguinte maneira: (1) vender e/ou distribuir o trabalho em cópias impressas ou em formato eletrônico; (2) distribuir partes ou o trabalho como um todo com o objetivo de promover a revista por meio da internet e outras mídias digitais e; (3) gravar e reproduzir o trabalho em qualquer formato, incluindo mídia digital.
Para leitores: Todo o conteúdo da Revista Subjetividades está registrado sob uma licença Creative Commons Atribuição (CC-BY) que permite compartilhar (copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato) e adaptar (remixar, transformar e criar a partir do material para qualquer fim) seu conteúdo, desde que seja reconhecida a autoria do trabalho e que esse foi originalmente publicado na Revista Subjetividades.