Afastamento para tratamento de saúde: sintoma institucional e recurso precário no enfrentamento do sofrimento psíquico no trabalho docente
Palavras-chave:
organização psíquica, sofrimento psíquico, psicopatologia do trabalhoResumo
O presente trabalho de pesquisa aborda, a partir de um levantamento de dados de uma secretaria municipal de educação de um município do interior do Estado do Rio Grande do Sul, o uso do atestado para tratamento de saúde, como um recurso precário de enfrentamento de situações de risco para a organização psíquica. Busca elementos, na psicanálise e na psicologia, para pensar as manifestações de sofrimento psíquico no trabalho docente. Toma a psicanálise, a partir de Freud, para pensar na possibilidade de que a escolha de uma profissão possa ser entendida como uma escolha sintomática, na medida em que, através do fazer docente, possa repetir vivências e dificuldades decorrentes da impossibilidade de significação de si próprio através do trabalho. Por outro lado, supõe a possibilidade do profissional retomar e ressignificar suas vivências e marcas, decorrentes de sua constituição psíquica de sua inserção no social, encontrando no trabalho condições de organização tal como na construção do sintoma. Busca uma aproximação com o estudo acerca da psicopatologia do trabalho com Christophe Dejours, a fim de estabelecer alguns parâmetros na identificação do sofrimento psíquico no trabalho e, por aproximação, no sofrimento psíquico do trabalho docente. No senso comum, há um entendimento disseminado de que o atestado médico é um recurso utilizado para burlar o trabalho, como fuga do trabalho. Entretanto, acerca do sujeito tomado pelo viés da psicanálise, pode-se pensar que há um saber que não se sabe, um saber que circula na linguagem do senso comum, mas que não se encontra nos livros de histórias. Há histórias não registradas pelo nível consciente, mas que emergem do inconsciente, de modo a inscrever-se na vida do sujeito. Por outro lado, é necessário reconhecer a existência de fatores sociais que interferem, de modo significativo, no estabelecimento das condições de trabalho docente. Isso, em muitos momentos, é fator de desorganização para o profissional, dificultando a constituição de um espaço onde ele possa se ver como sujeito, possa se manter como sujeito, se reconhecendo e se significando pelo trabalho. Ultrapassar a barreira da percepção visual e auditiva comuns na leitura do cotidiano escolar, para identificar as formas de o sujeito controlar ou até mesmo expressar seu sofrimento são possibilidades de se avançar no entendimento sobre a organização das escolas, bem como dos laços nela produzidos, componentes fundamentais do processo ensino-aprendizagem.Downloads
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