O desespero contemporâneo em Extensão do domínio da luta, de Michel Houellebecq
Palavras-chave:
literatura francesa, desespero, contemporaneidade, mal-estar, subjetividadeResumo
Na sociedade contemporânea, dominada pelo dinheiro e pela erotização desenfreada, as relações humanas caminham rumo ao aniquilamento. O atual estágio de evolução do sistema capitalista caracteriza-se por uma substituição das mercadorias pelas imagens como mediadoras das relações humanas, e o espetáculo tornou-se a forma mais desenvolvida de relação entre as pessoas. Nos espaços sociais, os indivíduos confundem-se em multidões amorfas, sem rostos e sentimentos, incapazes de resistir às imposições e apelos do esquema da indústria cultural, que os reduz a consumidores de artefatos e imagens, incessantemente produzidos. Nesse contexto escatológico é que se move o narrador do romance Extensão do domínio da luta, do escritor francês Michel Houellebecq, obra que ele próprio classifica como um romance da aprendizagem do desgosto, no qual expõe seu desencanto com a humanidade e o desespero em relação à própria vida. Em um mundo que promove a massificação do indivíduo, a escrita literária vem representar um espaço privilegiado de manifestação da subjetividade, conforme se observa na obra em análise. Nela, o narrador dá sua resposta, a partir da condição de massacrado pelas dinâmicas desse mundo, a uma sociedade homogeneizada: na ficção, o indivíduo reina livre e solitário, mas triunfante e concentrado na experiência do existir. Baseada no caos e na barbárie da vida contemporânea, a linguagem da obra assume a crueza de seu conteúdo, sintetizado no desencanto com um cotidiano altamente regrado, previsível e normatizado em todos os seus aspectos. O texto literário constrói, enfim, uma severa crítica ao “progresso” tecnológico e à informatização do cotidiano, que trazem em si uma acentuada pobreza existencial, com a reificação do homem e a fossilização das relações humanas, e acabam por levar o narrador da obra a uma situação de tensão e desespero.Downloads
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Para autores: Cada manuscrito deverá ser acompanhado de uma “Carta de submissão” assinada, onde os autores deverão declarar que o trabalho é original e inédito, se responsabilizarão pelos aspectos éticos do trabalho, assim como por sua autoria, assegurando que o material não está tramitando ou foi enviado a outro periódico ou qualquer outro tipo de publicação.
Quando da aprovação do texto, os autores mantêm os direitos autorais do trabalho e concedem à Revista Subjetividades o direito de primeira publicação do trabalho sob uma licença Creative Commons de Atribuição (CC-BY), a qual permite que o trabalho seja compartilhado e adaptado com o reconhecimento da autoria e publicação inicial na Revista Subjetividades.
Os autores têm a possibilidade de firmar acordos contratuais adicionais e separados para a distribuição não exclusiva da versão publicada na Revista Subjetividades (por exemplo, publicá-la em um repositório institucional ou publicá-la em um livro), com o reconhecimento de sua publicação inicial na Revista Subjetividades.
Os autores concedem, ainda, à Revista Subjetividades uma licença não exclusiva para usar o trabalho da seguinte maneira: (1) vender e/ou distribuir o trabalho em cópias impressas ou em formato eletrônico; (2) distribuir partes ou o trabalho como um todo com o objetivo de promover a revista por meio da internet e outras mídias digitais e; (3) gravar e reproduzir o trabalho em qualquer formato, incluindo mídia digital.
Para leitores: Todo o conteúdo da Revista Subjetividades está registrado sob uma licença Creative Commons Atribuição (CC-BY) que permite compartilhar (copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato) e adaptar (remixar, transformar e criar a partir do material para qualquer fim) seu conteúdo, desde que seja reconhecida a autoria do trabalho e que esse foi originalmente publicado na Revista Subjetividades.