Cidade do lazer: expectativa de prazer
Resumo
O presente artigo tem como objetivo pensar a cidade contemporânea como espaço urbano de lazer num tempo próprio de uma hipermodernidade em curso. Para isso, pretende-se refletir sobre como o lazer interfere nas formas de sociabilidade e subjetividade na busca de estados de bem-estar e satisfação. Neste contexto, consideraremos o consumo um dos vieses desse estado de satisfação. A cidade retrata e encarna esta realidade de forma mais evidente, principalmente quando constatamos a atual ênfase no lazer como produção de felicidade. Cada vez mais presente em todo mundo, a cidade como ator na produção do lazer, a cidade do lazer – assim chamaremos –, se intensifica como depositária das expectativas de prazer pelo divertimento e pela distração como compensações para os males do cotidiano e do trabalho. No entanto, a cidade do lazer vem se intensificando como depositária das expectativas de prazer aderindo aos moldes de uma realidade administrada pela lógica mercadológica do lucro, e assim seguindo os mesmos mecanismos instrumentais e técnicos que sustentam e controlam as atividades de trabalho. Ao mesmo tempo sinaliza, também, mecanismos psicossociais de adesão solícita e prazerosa de sujeitos diante desta lógica que implicaria na realização pessoal com mínimas exigências de si mesmo. Desta forma, nos debruçaremos na tarefa de analisar criticamente a cidade do lazer como expectativa de prazer, onde a cultura cotidiana do lazer, bem como os processos de subjetivação inerentes, impulsiona nossas inquietações diante da realidade calçada na razão instrumental e no consumo alienado como modo de alcançar a satisfação pessoal; o que para nós representa uma forma de sofrimento psíquico. Palavras-chave: cidade, lazer, sofrimento psíquico, subjetividade, consumo.Downloads
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