Comendo, comendo e não se satisfazendo: apenas uma questão cirúrgica? Obesidade mórbida e o culto ao corpo na sociedade contemporânea
Resumo
O culto ao corpo perfeito passou a ser tema da moda, objeto de preocupação dos estudiosos e fonte de angústia para as mulheres. Em uma sociedade onde o corpo, além de objeto de consumo, passa a ser lócus privilegiado da construção identitária feminina, a relação com o próprio corpo acaba por tornar-se desprazerosa e persecutória. A cultura do corpo tomou conta da cena contemporânea produzindo e agenciando subjetividades. Distintas práticas corporais, cada vez mais radicais, estão sendo utilizadas para escapar do grande vilão chamado “gordura”. Associada à feiúra, desleixo e fraqueza de caráter, diferentes mulheres prestam depoimentos ao longo deste trabalho falando da exclusão social e discriminação vividas. Neste artigo buscamos compreender a obesidade mórbida a partir da psicanálise, pressupondo um sujeito de linguagem tanto como um sujeito de gozo. Visto desta forma, a obesidade é um sintoma, posto que sintoma é um fenômeno estruturado como uma linguagem, mas também um gozo com o qual não se soube bem o que fazer. Sintoma como ponto condensado de gozo que captura o sujeito, deixando-o em suspenso. Assim, buscamos fazer um recorte tendo em vista o novo contexto em que se tem pensado a obesidade, definida, a partir do discurso médico, enquanto uma patologia que exige correção, nesse caso a “cirurgia da obesidade”. É por este viés, da medicalização crescente do corpo que buscamos entender o fenômeno da obesidade/cirurgia como ancorados em uma cultura que, cada vez mais, controla e moraliza o corpo. Palavras-chave: culto ao corpo, obesidade mórbida, cirurgia bariátrica, compulsão, gozo.Downloads
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