“O inferno são os outros”: uma análise sobre o medo do estranho na cidade de Fortaleza (CE)
Resumo
O presente artigo discute a problemática do medo na contemporaneidade e sua relação com o “sentimento de estranheza” que se faz presente nos seres humanos. O referencial empírico são as experiências vivenciadas por moradores que residem em um bairro de classe média na cidade de Fortaleza/CE. Parte-se da hipótese de que os indivíduos que habitam as chamadas “espacialidades do medo”, áreas com aspectos desérticos, afastadas de aglomerados urbanos e com um forte aparato de segurança, experimentam de forma mais intensa o “medo do estranho”. O medo é sempre medo do estranho, e dependendo do contexto, o estranho pode assumir várias faces. Esse ser indecifrável e sem rosto, em algumas situações ganha cor, residência, idade, para que assim seja possível o apaziguamento de nossas neuroses cotidianas. A partir de entrevistas com os respectivos moradores, busco analisar as significações imaginárias sociais presentes em suas falas, que definem suas representações acerca deles próprios, assim como dos estranhos que cruzam as ruas do referido espaço, tornando-se assim suspeitos em potencial. Apesar de muitos estudos apontarem o aumento da violência urbana como principal intensificador da segregação sócio-espacial nas principais capitais do país, entendemos que existem fatores mais complexos que definiriam nosso interesse de manter distância daqueles que “consideramos indesejáveis”. Por isso, fui buscar na Psicanálise uma das chaves de compreensão do fenômeno da segregação urbana. Palavras-chave: medo, subjetividade, estranho, psicanálise, segregação.Downloads
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