Narrativas oníricas: O sonho como composição social e política
DOI:
https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v25i2.e15446Palavras-chave:
narrativas oníricas, oniropolítica, sonhário, grupo de sonhosResumo
Este artigo, em um primeiro momento, propõe um levantamento bibliográfico das concepções sobre os sonhos e o sonhar em diferentes épocas e culturas para, a partir disso, sugerir um modelo de grupo forjado em uma composição coletiva dos sonhos. Objetivou-se, dessa forma, trabalhar as manifestações oníricas registradas ao longo dos séculos por diversas civilizações e povos, destrinchando os sonhos, que, mesmo atravessados por estranhamentos, mantêm uma íntima relação com a realidade humana – desde a tomada de consciência de si pelo ser humano, os sonhos que registram, de infinitas formas, seus costumes e cotidianos. Para isso, pesquisaram-se artigos científicos trabalhados pela neurociência, pelos estudos antropológicos de povos originários de diferentes continentes, pela arte e pelo campo do inconsciente a partir da psicanálise e da filosofia. O estudo, então, analisou textos sobre o onírico, e, na sequência, o objetivo em destaque abordou o sonho como ato coletivo e político, o que autores da psicanálise brasileira nomearam como oniropolítica. A partir da ideia do sonho como ato coletivo e político, foi proposta uma metodologia para uma modalidade grupal de cuidado e de estudos sobre o onírico, na qual os registros dos encontros se dão a partir de um diário de campo intitulado como sonhário. Tal modalidade grupal é apresentada e detalhada no artigo e operada por uma perspectiva de composição coletiva dos sonhos, tanto para fins terapêuticos quanto para desenvolver futuras pesquisas que interroguem o laço social e suas respectivas narrativas que dizem de seu tempo.
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