Do mal-estar da existência ao biologismo das relações

Autores

  • Clara Virgínia de Queiroz Pinheiro
  • Cristiane Holanda Queiroz

Resumo

Com a crescente difusão do discurso científico-tecnológico no âmbito social, buscando ultrapassar os limites da experiência humana através da manipulação da vida em sua realidade biológica, podemos observar a constituição de novas maneiras de se conceber a nossa noção de humanidade. Tal concepção, que vem sendo forjada nas últimas décadas, encontra-se em contraposição à psicanálise a partir de dois aspectos aqui recortados, a saber, a disseminação da teoria desenvolvida por Sigmund Freud como um dos pensamentos mais relevantes e mais influentes para a formação das subjetividades modernas; e, principalmente, a noção de que a condição subjetiva só pode existir em função de restrições pulsionais que, por sua vez, geram um mal-estar impossível de ser debelado pelo sujeito. Tendo em vista, pois, a distinção entre a forma como a experiência humana se situa para a psicanálise e para as tecnologias biomédicas, propusemonos, neste texto, a delinear tais diferenças, utilizando como fio condutor uma obra ficcional, o Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley. Inicialmente, determinamos o que fundamenta a existência do sujeito em Freud e, em seguida, comentamos as visões prospectivas referentes a uma maior inserção das “tecnociências” na vida das pessoas, estabelecendo quais as repercussões possíveis que esta inserção pode trazer. Palavras-chave: discurso científico-tecnológico, psicanálise, malestar, felicidade e literatura.

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Biografia do Autor

Cristiane Holanda Queiroz

Psicologa. Mestre em Psicologia pela UNIFOR

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Publicado

26.06.2006

Como Citar

de Queiroz Pinheiro, C. V., & Holanda Queiroz, C. (2006). Do mal-estar da existência ao biologismo das relações. Revista Subjetividades, 6(1), 85–110. Recuperado de https://ojs.unifor.br/rmes/article/view/1541

Edição

Seção

Artigos