Psicopatologia e pós-estruturalismo: convivendo com novas problemáticas
Resumo
O autor faz uma análise da psicopatologia, enquanto disciplina, frente às mudanças epistemológicas decorrentes do pós estruturalismo. Parte inicialmente do conceito filosófico de estrutura, para, em seguida, conceitualizar estruturalismo, posicionando-o como um movimento acadêmico caracterizado pela oposição a três vertentes: o idealismo, o historicismo e o humanismo. Em seguida, descreve seu processo de declínio e aborda as dificuldades e controvérsias quanto à conceitualização de pós-modernidade. Destaca a emergência de novos referenciais, sobretudo a busca de um novo olhar para o sujeito na dicotomia consciente/inconsciente, longe de um determinismo causal estrito do inconsciente, o que não implica em desconsiderar esse determinismo, mas também distante do sujeito cartesiano, considerado onipotente e sem alteridade. Destaca, também, o paradigma sistêmico, a noção pragmática de irrepresentacionalismo, a proposta da psicopatologia fundamental e, finalmente, a hermenêutica contemporânea e a revalorização do enfoque compreensivo em psicopatologia. Em relação ao paradigma sistêmico, salienta a mudança na dicotomia observador e sistema observado e a idéia de uma co-construção do conhecimento numa ação colaborativa entre clínicos. Em relação à noção de irrepresentacionalismo, comenta acerca da idéia da não equivalência entre representação e verdade. Em relação à psicopatologia fundamental, destaca as idéias de Pierre Fedida acerca de um projeto intercientìfico de psicopatologia. Finalmente, destaca a hermenêutica contemporânea, em torno de Heidegger e Gadamer, e tenta fazer uma correlação com suas implicações na clínica psiquiátrica e psicológica atuais. Palavras-chave: psicopatologia, pós-estruturalismo, pósmodernidade, sujeito, hermenêuticaDownloads
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