Lutando para Existir: Experiência Vivida e Sofrimento Social de Pessoas Transgêneras
DOI:
https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v22i2.e12240Palavras-chave:
gênero, transgênero, sofrimento social, psicologia psicanalítica concretaResumo
Este artigo tem como objetivo investigar a experiência vivida por pessoas transgêneras na perspectiva da psicologia psicanalítica concreta. Organiza-se metodologicamente como uma pesquisa qualitativa, com o uso do método psicanalítico, na investigação de 13 vídeos do YouTube, nos quais pessoas que se identificam como transgêneras relatam suas experiências de vida. A consideração desse material permitiu a proposição interpretativa de dois campos de sentido afetivo-emocional: perverso e degenerado e ser ou não ser verdadeiro. Tomando Monique Wittig e Donald Winnicott como interlocutores privilegiados para refletir sobre esses campos, chegamos a um quadro que indica que a cisheteronormatividade pode ser considerada uma violência radical na medida em que se coloca contra o self, encarando a sexualidade de modo reducionista e atacando o próprio sentir pessoal que é fonte de criatividade e espontaneidade.
Downloads
Referências
Aiello-Vaisberg, T. M. J. (2002). Sofrimento humano e práticas clínicas diferenciadas. In T. M. J. Aiello-Vaisberg & F. Ambrosio (Orgs.), Anais do 1º Seminário Temático do Ser e Fazer: Trajetos do sofrimento: desenraizamento e exclusão. Link
Aiello-Vaisberg, T. M. J. (2006). O ser e o fazer na clínica ampliada e a radicalidade psicopatológica do pensamento de D. W. Winnicott. In D. Calderoni (Org.), Psicopatologia: Clínicas de hoje (pp. 109-120). Via Lettera.
Aiello-Vaisberg, T. M. J. (2012). Paradoxo e loucura: A radicalidade do pensamento psicopatológico de D. W. Winnicott. In H. Ramos & I. Sucar (Orgs.), Winnicott ressonâncias (pp. 231-238). Primavera Editorial.
Aiello-Vaisberg, T. M. J. (2017). Estilo clínico ser e fazer: Resposta crítico-propositiva a despersonalização e sofrimento social. Boletim da Academia Paulista de Psicologia, 37(92), 41-62. Link
Ambrosio, F. F., Aiello-Fernandes, R., & Aiello-Vaisberg, T. M. J. (2013). Pesquisando sofrimentos sociais com o método psicanalítico: Considerações conceituais. In L. S. P. C. Tardivo & T. M. J. Aiello-Vaisberg (Orgs.), Anais da XI Jornada Apoiar: Adolescência: identidade e sofrimento na clínica social. IP-USP.
Bianco, G. (2016). Un siècle de psychologie concrète. In G. Bianco (Org.), Georges Politzer, le concret et sa signification (pp. 5-43). Hermann Editeurs.
Bleger, J. (1988). Psicoanálisis y dialéctica materialista: Estudios sobre la estructura del psicoanálisis. Ediciones Nueva Visión. (Originalmente publicado em 1958)
Bleger, J. (2007). Psicologia de la Conducta. Paidós. (Originalmente publicado em 1963)
Braga, C. M. L. (2009). Comunicação e isolamento: Uma análise clínica de diários e blogs de adolescentes [Tese de doutorado, Pontifícia Universidade Católica de Campinas]. PUC-Campinas: Repositório Institucional. Link
Briggs, J. (26 de março de 2018). YouTube SEO ranking factor study retrived. Briggsby. Link
Carvalho, M. (2018). “Travesti”, “mulher transexual”, “homem trans” e “não binário”: Interseccionalidades de classe e geração na produção de identidades políticas. Cadernos Pagu, 52, 1-35. DOI: 10.1590/1809444920100520011
Cooper, D. (1985). Psiquiatria y antipsiquiatria. Paidós Ibérica.
Cunha, E. L. (2016). A psicanálise e o perigo trans (ou: por que psicanalistas têm medo de travestis?). Pediódicus, 1(5), 7-22. DOI: 10.9771/peri.v1i5.17172
Fontanella, B. J. B., Ricas, J., & Turato, E. R. (2008). Amostragem por saturação em pesquisas qualitativas em saúde: Contribuições teóricas. Cadernos de Saúde Pública, 24(1), 17-27. DOI: 10.1590/S0102-311X2008000100003
Greenberg, J., & Mitchell, S. (1994). Relações objetais na teoria psicanalítica. Artmed. (Originalmente publicado em 1983)
Haider, A. (2019). Armadilha da identidade: Raça e classe nos dias de hoje. Veneta.
Herrmann, F. (2001). Andaimes do real. Caso do Psicólogo. (Originalmrnte publicado em 1979)
Kuchuck, S. (2021). The relational revolution in psychoanalysis and psychotherapy. Confer Books.
Lanz, L. (2015). O corpo da roupa: A pessoa transgênera entre a transgressão e a conformidade com as normas de gênero. Uma introdução aos estudos transgêneros. Transgente.
Laplanche, J., & Pontalis, J-B. (1967). Vocabulário de psicanálise. Moraes Editora.
Liberman, A. (2014). Stephen A. Mitchell y el psicoanálisis rioplatense “clásico” (Bleger): Algunas convergencias. Clínica y Investigación Relacional, 8(1), 51-60. Link
Lukács, G. (2013). Ontologia do ser social. Boitempo. (Originalmente publicado em 1978)
Mariguela, M. A. (2005). Jacques Lacan, o passador de Georges Politzer, surrealismo e psicanálise [Tese de doutorado, Universidade Estadual de Campinas]. UNICAMP.
Morera, J. A. C. (2017). El dispositivo trans: Sobre realidades, complejidades y subversiones al aparato cisheterosexual. Revista Enfermaria Actual, 32(1). Link
Politzer, G. (2004). Crítica dos fundamentos da psicologia: A psicologia e a psicanálise. Editora Unimep. (Originalmente publicado em 1928)
Ricoeur, P. (1977). Da interpretação: ensaio sobre Freud. Imago.
Roudinesco, E. (2016). Jacques Lacan: Esboço de uma vida, história de um sistema de pensamento. Companhia de Bolso.
Roudinesco, E., & Plon, M. (1998). Dicionário de psicanálise. Zahar.
Schulte, A. A., Gallo-Belluzzo, S. R., & Aiello-Vaisberg, T. M. J. (2016). Postagens em blogs pessoais: Aproximação do acontecer humano em pesquisas psicanalíticas. Psicologia Revista, 25(2), 227-241. Link
Silva, G. R. A. (2021). Lutando para existir: Experiência vivida e sofrimento social de pessoas transgêneras [Dissertação de mestrado, Pontifícia Universidade Católica de Campinas]. PUC-Campinas: Repositório Institucional. Link
Stolorow, R., Brandchaft, B., & Atwood, G. (2014). Psychoanalytic treatment: An intersubjective approach. Routledge. (Originalmente publicado em 1987)
Trevisan, J. S. (2018). Devassos no paraíso: A homossexualidade no Brasil, da colônia à atualidade (4a ed.). Objetiva.
Winnicott, D. W. (1968). O medo do colapso. In C. Winnicott, R. Shepherd & M. Davis (Orgs.), Explorações psicanalíticas: D. W. Winnicott (pp. 70-76). Artes Médicas Sul.
Winnicott, D. W. (1975). O brincar e a realidade. Imago. (Originalmente publicado em 1971)
Winnicott, D. W. (1978). Da pediatria à psicanálise: Obras escolhidas. Francisco Alves. (Originalmente publicado em 1958)
Winnicott, D. W. (1983). O ambiente e os processos de maturação: Estudos sobre a teoria do desenvolvimento emocional. Artmed. (Originalmente publicado em 1963)
Winnicott, D. W. (1988). Natureza humana. Martins Fontes.
Wittig, M. (2006). El pensamiento heterosexual. EGALES. (Originalmente publicado em 1992)
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Revista Subjetividades
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Para autores: Cada manuscrito deverá ser acompanhado de uma “Carta de submissão” assinada, onde os autores deverão declarar que o trabalho é original e inédito, se responsabilizarão pelos aspectos éticos do trabalho, assim como por sua autoria, assegurando que o material não está tramitando ou foi enviado a outro periódico ou qualquer outro tipo de publicação.
Quando da aprovação do texto, os autores mantêm os direitos autorais do trabalho e concedem à Revista Subjetividades o direito de primeira publicação do trabalho sob uma licença Creative Commons de Atribuição (CC-BY), a qual permite que o trabalho seja compartilhado e adaptado com o reconhecimento da autoria e publicação inicial na Revista Subjetividades.
Os autores têm a possibilidade de firmar acordos contratuais adicionais e separados para a distribuição não exclusiva da versão publicada na Revista Subjetividades (por exemplo, publicá-la em um repositório institucional ou publicá-la em um livro), com o reconhecimento de sua publicação inicial na Revista Subjetividades.
Os autores concedem, ainda, à Revista Subjetividades uma licença não exclusiva para usar o trabalho da seguinte maneira: (1) vender e/ou distribuir o trabalho em cópias impressas ou em formato eletrônico; (2) distribuir partes ou o trabalho como um todo com o objetivo de promover a revista por meio da internet e outras mídias digitais e; (3) gravar e reproduzir o trabalho em qualquer formato, incluindo mídia digital.
Para leitores: Todo o conteúdo da Revista Subjetividades está registrado sob uma licença Creative Commons Atribuição (CC-BY) que permite compartilhar (copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato) e adaptar (remixar, transformar e criar a partir do material para qualquer fim) seu conteúdo, desde que seja reconhecida a autoria do trabalho e que esse foi originalmente publicado na Revista Subjetividades.