Psicologia Existencialista e Literatura: Reflexões sobre a Infância a partir de um Conto Sartriano
DOI:
https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v22i1.e10854Palavras-chave:
infâncias, constituição de sujeito, psicologia existencialista, literatura, Jean-Paul SartreResumo
Este estudo tem como tema geral a infância, entendendo-a a partir da perspectiva filosófica e psicológica de Jean-Paul Sartre (1905 - 1980). Este demarca um olhar socio-histórico e existencial sobre os fenômenos humanos, possibilitando-nos pensar em “infâncias”, diversas e situadas. Detivemo-nos no conto A Infância de um Chefe, do livro O Muro, de Sartre, com a finalidade de articularmos a concepção sobre a constituição de sujeito desse filósofo, com as situações e as vivências do personagem Lucien Fleurier quando criança. Ao empreendermos a correlação com a teoria sartriana, colocamos em evidência as principais mediações da vida de Lucien, bem como o modo como ele as experimentava e como conduzia suas relações, especialmente de modo confuso e solitário, em que as experiências de imaginação e de emoção aparecem como centrais. O conto sartriano ilustra a histórica relação hierárquica entre adultos e crianças, em que os primeiros são considerados sujeitos ativos, detentores do conhecimento, enquanto os segundos, muitas vezes, são considerados passivos e posicionados como objetos, com um futuro predeterminado, com poucos recursos para se tornarem sujeitos de suas histórias.
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